Evandro Teixeira

Veja Rio:

Resenha por Rafael Teixeira

No poema Diante das Fotos de Evandro Teixeira, de 1986, Carlos Drummond de Andrade escreveu: “É preciso que a lente mágica enriqueça a visão humana”. Essa instigante sensação, de que a imagem congelada pode capturar uma essência fugidia ao olhar e, assim, engrandecê-lo, assalta quem visita a mostra A Constituição do Mundo, um panorama dos quase sessenta anos de prolífica carreira do fotógrafo. Com curadoria de Paulo Herkenhoff, a individual reúne mais de 150 imagens, muitas delas emblemáticas de sua trajetória como fotojornalista. Exemplo notório é o registro dos primeiros momentos do golpe militar de 1964, quando Evandro, confundido com um fotógrafo do Exército, conseguiu clicar soldados tomando o Forte de Copacabana. A harmonia entre o senso de urgência jornalística e a composição estética se estende a outras obras, notadamente os flagrantes de protestos contra o regime em 1968. Mais contemplativas e de enorme beleza são as séries produzidas em áridas paisagens nordestinas, como Canudos 100 Anos e Vidas Secas.

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