Gonzagão – A Lenda
- Direção: João Falcão
- Duração: 80 minutos
- Recomendação: 12 anos
Resenha por Rafael Teixeira
Em 2012, quando foi comemorado o seu centenário de nascimento, Luiz Gonzaga foi alvo de uma série de homenagens. Nada mais justo com o rei do baião, autor de clássicos incontornáveis do cancioneiro nacional como O Xote das Meninas e Asa Branca. Comovente e, ao mesmo tempo, divertido, o musical Gonzagão – A Lenda, é um dos mais acertados tributos prestados ao cantor, compositor e sanfoneiro. No maior trunfo do espetáculo, dirigido pelo também pernambucano João Falcão, pequenas subversões evitam o caminho fácil da biografia linear. Em cena, duas tramas se entrecruzam. Na primeira, uma companhia teatral nômade, situada em futuro indeterminado e local indefinido, propõe-se a contar o que seus integrantes chamam de "lenda do rei Luiz". A outra história é a de Gonzagão, narrada pelos personagens. Adrén Alves, Alfredo Del Penho, Eduardo Rios, Fábio Enriquez, Larissa Luz, Marcelo Mimoso, Renato Luciano, Ricca Barros e Thomás Aquino vivem os integrantes da tal trupe e se multiplicam por tipos que cruzam a trajetória do músico. Curiosidade: todos, em algum momento, encarnam o homenageado. Com carisma contagiante e boa performance vocal, apresentam mais de quarenta canções, escoltados por quatro afiados instrumentistas. Em outra bem-sucedida ousadia, os arranjos não emulam os originais, ao contrário, mas preservam inconfundível toque regional. Essa mesma qualidade é verificada nos figurinos e adereços estilizados: ambos fogem do óbvio sem deixar de evocar o Nordeste.