Meu Saba
- Duração: 50 minutos
- Recomendação: 12 anos
Resenha por Rafael Teixeira
Uma curta distância separa a jovem Noa Ben-Artzi Pelossof do púlpito de onde ela fará um discurso para os presentes ao velório de seu avô, o primeiro-ministro de Israel Yitzhak Rabin (1922-1995). Aqueles poucos metros, porém, parecem intransponíveis. Nesse trajeto se insere o tempo cronológico de Meu Saba, versão para os palcos do livro da neta do estadista, publicado no Brasil sob o título Em Nome da Dor e da Esperança. Porém, na mente de Noa (vivida por Clarissa Kahane, autora da adaptação ao lado de Daniel Herz, diretor, e Evelyn Dizitzer), o tempo psicológico se abre para receber as lembranças deixadas pelo avô (saba, em hebraico), assassinado por um judeu revoltado com as negociações de paz com os palestinos. O texto parece privilegiar mais a história, na reiteração da importância de Rabin como líder político, do que a intimidade familiar. De todo modo, na interpretação tocante de Clarissa, fica patente a relação de amor devotado entre neta e avô. A direção de Herz, pródiga em boas quebras de ritmo e variedade de marcas, explora de forma engenhosa o belo cenário de Bia Junqueira, uma passarela de tijolos que leva ao palanque encimado por uma metralhadora.