Oleanna
- Duração: 60 minutos
- Recomendação: 16 anos
Resenha por Rafael Teixeira
Levado ao palco pela primeira vez em 1992, o drama foi descrito pelo próprio autor, o americano David Mamet, como "uma tragédia sobre poder". A definição é precisa: no jogo de forças – às vezes quase invisível, mas sempre presente – estão calcados os três atos meticulosamente engendrados da peça, aqui dirigida por Gustavo Paso. Tudo começa com um encontro entre a universitária Carol (Luciana Fávero) e seu professor (Fernando Vieira, substituindo Marcos Breda nesta temporada) no escritório dele. A aluna reclama que não entende a matéria, apesar de toda a sua dedicação aos livros. Os dois travam um diálogo à primeira vista banal (exceto por algumas opiniões heterodoxas dele sobre o ensino superior), quando surge uma ideia para resolver o problema da moça. A situação, enfim, encaminha-se para um desfecho tranquilo, e assim parece até o segundo ato. Quando Carol reencontra o mestre, as circunstâncias envolvendo os dois são outras. Não é possível contar mais sem entregar os surpreendentes meandros da trama. A direção de Paso opta pela valorização do que o texto oferece de melhor: o embate entre os atores, realçado pelo despojamento extremo do cenário disposto entre duas plateias, cercando o duelo que acontece no palco.