6 curiosidades sobre o clipe de Anitta que gerou intolerância religiosa

Adepta do candomblé, cantora perdeu 200 000 seguidores em duas horas e fez desabafo; ao ser lançado, vídeo teve mais de 100 000 visualizações em uma hora

Por Redação VEJA RIO Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 16 Maio 2024, 14h06 - Publicado em 14 Maio 2024, 14h37
Anitta
Anitta: orixá Obaluaê/Omolu foi inspiração de figurino usado pela cantora em clipe lançado este ano (YouTube/Divulgação)
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Nesta segunda (13), Anitta publicou em seu perfil do Instagram fotos suas em seu terreiro de candomblé, o que fez com que a cantora perdesse 200 000 seguidores em menos de duas horas. Nos comentários, ela postou a sinopse em inglês do enredo da Unidos da Tijuca em 2025, que será dedicado a Lógun Ẹ̀dẹ, orixá da artista.

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As fotos são de bastidores do clipe da música Aceita, filmado em preto e branco e lançado nesta terça (14), ao meio-dia. A faixa é parte do álbum Funk Generation, lançado no mês passado. O vídeo estava previsto para ser divulgado na quarta (15), mas, diante da polêmica, foi antecipado. Em uma hora, o trabalho já acumulava mais de 100 000 visualizações.

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Quando perdeu os primeiros 100 000, Anitta se manifestou nos stories do Instagram. “Laroyê Exu tirando dos meus caminhos tudo que já não me serve mais. Nessa minha nova fase escolhi qualidade e não quantidade. Axé”, dizia a mensagem.

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Mais tarde, já com 200 000 seguidores a menos, ela fez um longo desabafo em seu Instagram. “Eu já falei da minha religião inúmeras vezes, mas parece que deixar um trabalho artístico pra sempre no meu catálogo foi demais para quem não aceita que o outro pense diferente”, diz o início do texto.

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A cantora cresceu entre o candomblé, religião de seu pai, Mauro, e o catolicismo, de sua mãe, Miriam. Em 2013, ela optou pela religião de matriz africana e passou a frequentar o terreiro de Sérgio Pina de Oxóssi, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminese.

Em sua religião, Anitta é ekedi, cargo ocupado no terreiro por mulheres que não incorporam, por escolha de um orixá. A ekedi Gracila Medeiros explicou em 2020 ao Estado de S. Paulo que a ekedi é “os olhos do orixá enquanto ele está em terra”. Além disso, cuida de todos os orixás que estão em terra e da própria casa de santo, da preparação dos ritos e de alimentos e do bem-estar dos frequentadores do local.

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Veja seis curiosidades do novo lançamento:

 

1. O clipe foi gravado em 25 de janeiro do ano passado. Na época, com a divulgação da gravação pela imprensa, comentários de intolerância religiosa — que é crime previsto na lei brasileira — se propagaram nas redes sociais da cantora.

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2. As imagens foram registradas em um terreiro na cidade de Magé, na Baixada Fluminense. O babalorixá de Anitta, Sérgio Pina de Oxóssi, aparece no vídeo, mas o terreiro dele fica no município de Nova Iguaçu.

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Anitta e Pai Sérgio Pina de Oxóssi: babalorixá da cantora está no clipe (YouTube/Reprodução)

3. A artista contou que referências às crenças de todos os envolvidos na produção estão representadas no clipe. É possível identificar citações ao judaísmo, catolicismo, umbanda e religiões evangélicas

4. No clipe, ela alterna roupas brancas, referência às vestimenta tradicional dos terreiros do candomblé, um figurino de palha que remete ao orixá Omolu/Obaluaê e um momento em que aparece nua, enquanto recebe um banho (chamado de abô ou agbo no candomblé).

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Anitta: cantora posa com figurino do clipe Aceita inspirado no orixá Obaluaê/Omolu (Ricardo Brunini/Divulgação)

5. A letra, em espanhol (com um trecho de um verso em inglês) fala sobre a cantora, com menções a momentos importantes de sua carreira: “Itália, tomando chá com Donatella (Versace) / Música, filmes, show, passarela / Meu ex disse que eu estava bonita no (festival) Coachella“, diz a letra. “Na tradição do candomblé, eu sou filha de Logun Edé, que é um orixá megacomplexo. Sensível e bravo, inteligente e esperto, carinhoso e pragmático… Essa música traduz essas características pro meu universo, na minha história”, disse a artista.

6. Aceita foi composta por Anitta em parceria com o DJ Gabriel do Borel, Marcio Arantes, o compositor americano Jamison Baken, a rapper dominicana Melymel (Melony Nathalie Redondo) e o DJ e produtor americano Diplo (Thomaz Wesley Pentz).

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