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Carioca Nota 10: bióloga Liliane Lodi monitora jubartes pelo Rio

“Trabalho com as baleias há mais de trinta anos, e cada vez que deparamos com uma delas sinto uma emoção como se fosse a primeira vez”, conta a pesquisadora

Por Renata Magalhães
19 jul 2024, 10h59
Baleias à vista: a bióloga do projeto Ilhas do Rio monitora a passagem dos animais pela costa carioca diariamente durante o inverno
Baleias à vista: a bióloga do projeto Ilhas do Rio monitora a passagem dos animais pela costa carioca diariamente durante o inverno  (Luiz Eduardo Albuquerque/Projeto Ilhas do Rio/Divulgação)
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Um esguicho de água no meio do mar soa como sinal de alerta de que elas estão próximas. O inverno marca o começo do perío­do migratório das baleias-jubarte, que partem da Antártica rumo às águas mais quentes do litoral nordeste, passando pela costa do Rio de Janeiro.

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Na última década, foram avistados 230 grupos e 475 animais na costa fluminense, segundo dados divulgados em primeira mão pelo projeto Ilhas do Rio, que tem neste monitoramento uma de suas principais linhas de pesquisa. “É um trabalho constante e de longo prazo, com foco na distribuição geográfica dos indivíduos, na composição dos agrupamentos e em seu comportamento, além da identificação de cada um deles”, explica a coordenadora Liliane Lodi.

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A chegada dos meses mais frios muda completamente a rotina da bióloga marinha, que diariamente zarpa por volta das 6 da manhã em busca dos cetáceos e fica no mar por oito horas ou até mais, dependendo dos avistamentos. “Trabalho com as baleias há mais de trinta anos, e cada vez que deparamos com uma delas sinto uma emoção como se fosse a primeira vez”, conta.

“Estamos observando cada vez mais filhotes nascendo no nosso litoral, indício de que o Rio pode se tornar área de reprodução para as baleias”

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O mapeamento das rotas por onde esses belos mamíferos circulam tem ainda o objetivo de determinar áreas prioritárias para a conservação da espécie, que já esteve ameaçada de extinção pela caça comercial indiscriminada no século XVIII. Vale lembrar que o aumento das ilustres visitas é consequência da proibição da prática no Hemisfério Sul, determinada em 1965. “Esse é um estudo complexo, porque é preciso analisar a movimentação de navios e barcos para evitar colisões e interações com redes de pesca”, diz Liliane.

Outro ponto de atenção são os passeios para observar essas gigantes dos mares. Segundo a pesquisadora, o tour deve seguir rigorosamente as diretrizes definidas pela legislação, como manter pelo menos 100 metros de distância dos animais. “É um momento importante para a pesquisa científica”, enfatiza.

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Ainda na maré de boas notícias, desde 2022 foram avistados três recém-nascidos por aqui. “Estamos observando cada vez mais filhotes nascendo no nosso litoral, indício de que o Rio pode se tornar área de reprodução”, torce a bióloga. Que o nosso mar continue cada vez mais para peixe.

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