Carioca Nota 10: Luiz Octavio Lima desenvolve ações em escolas públicas
Empresário investiu no terceiro setor e hoje dirige a ONG Parceiros da Educação, com projetos como o Visão Esperança, que leva óculos a estudantes carentes
Aos 33 anos, o empresário Luiz Octavio Lima vivia um dos melhores momentos da carreira. Depois de uma bem-sucedida trajetória nos negócios, teve a chance de ser sócio de uma holding brasileira responsável por várias redes de alimentação. Até que, em 2019, uma palestra de Edu Lyra, da ONG Gerando Falcões, mudou tudo. O recém-descoberto entusiasmo pelo terceiro setor resultou em um período sabático, que logo rendeu frutos. “Precisava descobrir a melhor forma de retribuir não só os privilégios que tive desde cedo, mas também minhas conquistas”, diz. Enveredar pelo setor da educação foi uma trilha quase natural. Na pandemia, Lima conheceu uma professora que tentava ajudar alunos sem computador em casa. Decidiu bancar do próprio bolso a compra de quarenta tablets e seguiu fazendo contatos, até conseguir um aporte de 2 milhões de reais para colégios da rede pública, apoiados pela ONG Parceiros da Educação. Com foco na capacitação de professores e alunos, a instituição já fazia um belo trabalho havia mais de uma década quando convidou Lima para ser diretor-executivo, em 2022. “A educação é uma causa essencial para que outros problemas da sociedade possam ser resolvidos. Ali, encontrei sentido para o que eu buscava”, conta.
“A educação é uma causa essencial para que outros problemas da sociedade possam ser resolvidos”
Desde então, o carioca (que foi só nascer em São Paulo, mas retornou com duas semanas de vida) atualizou a metodologia da ONG, dobrou o número de escolas atendidas e assumiu ações de impacto. Uma delas é a Visão Esperança, que leva atendimento médico oftalmológico às salas de aula e, por meio de parcerias com marcas diversas, oferece gratuitamente óculos aos estudantes. Mais de 1 000 pares foram distribuídos. Já o projeto Lá Vem História promove oficinas de teatro, dança, música e artes plásticas, além da doação de livros. “Criamos parcerias com quem não quer esperar as questões que nos incomodam serem resolvidas por si sós”, afirma Lima, que procura ter atuação direta na gestão, na pedagogia, na infraestrutura e nas relações comunitárias dos colégios. A prioridade é sempre para turmas I, entre o 1º e o 5º ano, fase em que está sendo consolidada a alfabetização. “Oitenta por cento das crianças no Rio estão matriculadas na rede pública, e é dali que vão sair os futuros agentes da nossa sociedade. Por isso, a educação é nosso principal vetor de mudança”, enfatiza. Está aí uma bela lição.