Cariocas do ano: Rebeca Andrade brilhou na categoria esporte

Cria do Flamengo, a ginasta exportou o batidão do funk para Tóquio e foi a primeira brasileira a conquistar duas medalhas em uma Olimpíada

Por Paula Autran
Atualizado em 17 dez 2021, 09h53 - Publicado em 17 dez 2021, 06h00
Rebeca Andrade
Rebeca Andrade - Atleta do Flamengo desde garotinha, a ginasta de 22 anos foi a primeira brasileira a conquistar duas medalhas numa edição das Olimpíadas, em Tóquio 2021. (Luciana Izuka/Riachuelo/Divulgação)
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Apesar do 1,55 metro de altura, Rebeca Andrade mostrou-se gigante no maior dos tablados esportivos. Ao som das batidas marcadas do funk, que embalaram sua apresentação na Olimpíada de Tóquio, a jovem de 22 anos resplandeceu no Centro de Ginástica Ariake, no fim de julho, sob os aplausos da estrela americana Simone Biles.

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Formada no Flamengo, onde treina desde 2011, quando veio morar no Rio, ela saiu dos Jogos como a primeira ginasta brasileira a ingressar no panteão das campeãs olímpicas. Além de uma reluzente medalha de ouro no salto, Rebeca, que se recuperou de uma dura sequência de lesões para cravar seu nome na história do esporte nacional, subiu ao pódio novamente para buscar a prata após a disputa do individual geral, alcançando mais um marco. Tornou-se também a única atleta do Brasil que até hoje voltou para casa com duas medalhas em uma mesma edição dos Jogos.

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Além de ter sido porta-bandeira da delegação brasileira na festa de encerramento dos Jogos de Tóquio, ela carregou suas próprias bandeiras, festejadas do outro lado do mundo. “Foi muito importante eu ter representado o Brasil ao som de um ritmo que tem total identificação com a gente. O funk conta um pouco da história de pessoas como eu, que saí da periferia e cresci na vida”, orgulha-se.

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Filha de dona Rosa, mãe-solo de oito filhos e empregada doméstica, Rebeca começou a treinar aos 4 anos em um projeto social de iniciação ao esporte em Guarulhos, São Paulo, onde nasceu. Tinha como referência a ex-ginasta Daiane dos Santos, que também rompeu barreiras em um universo formado majoritariamente por atletas brancos.

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“A gente está mostrando todo nosso potencial, o que as pessoas negras podem realizar, acreditando na força que temos”, fala a ginasta, que ainda brilhou no Mundial de 2021, realizado em outubro em Kitakyushu, no Japão. Mais um ouro no salto e uma prata nas barras assimétricas vieram na bagagem desembarcada no Rio. “Passei praticamente metade da minha vida aqui, e a cidade me abraçou. Acho que já sou mais carioca do que paulista”, afirma a ginasta, condecorada com o título de cidadã honorária do Rio. Ela merece.

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