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‘Confusa, suja e com pés inchados’ diz PM sobre modelo resgatada em favela

Segundo a subtenente Elizabeth Viveiros, Eloísa Fontes vivia em situação de rua no Morro do Cantagalo, em Ipanema, e estava 'muito fragilizada e vulnerável'

Por Cleo Guimarães
Atualizado em 8 out 2020, 19h52 - Publicado em 8 out 2020, 18h02
Eloísa Fontes: modelo recebeu ajuda dos moradores do Morro do Cantagalo, em Ipanema, para sair da favela (Reprodução/Instagram)
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A ajuda veio dos próprios moradores do Morro do Cantagalo, em Ipanema. Preocupados com a segurança de uma moça seminua que vagava desorientada pelas vielas da favela, eles procuraram a assistente social Adriana Valentim, na base da Operação Ipanema Presente, na Praça General Osório, para avisar: a mulher sem camisa que estava em situação de rua dentro da comunidade corria sério risco de vida e precisava ser tirada dali o mais rápido possível.

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A moça em questão era a modelo alagoana Eloísa Fontes, de 26 anos, que estava desaparecida há um ano. Com histórico de distúrbios mentais, ela foi levada pelos moradores do Cantagalo até a saída da favela, na Rua Barão da Torre, na tarde desta quarta (7). Ali a modelo foi resgatada por agentes do Segurança Presente, do Governo do Estado. “Ela estava extremamente fragilizada”, conta a subtenente Elizabeth Viveiros, uma das primeiras a vê-la e a prestar ajuda.

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Estrela: Eloísa em uma das capas de revista de sua breve carreira (Reprodução/Facebook)

A policial conta que os relatos que chegaram aos integrantes da operação é que Eloísa estava andando pela favela  sem camisa, “numa situação de extrema vulnerabilidade”. Segundo a subtenente, a alagoana ganhou roupas de moradores do morro para se apresentar aos PMs. Ela resistiu fortemente à ideia de deixar a favela, apesar de muitas vezes dormir na rua ou na casa de desconhecidos. De acordo com Elizabeth, ao encontrar os agentes, Eloísa estava suja, com os pés inchados, fragilizada e desorientada. “Falava coisas incoerentes às vezes, estava claro que havia um distúrbio ali”.

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A princípio, a modelo ofereceu resistência para ser levada para uma avaliação psiquiátrica e alegou ter fugido do Instituto Pinel em outra oportunidade – mas acabou aceitando seguir para a mesma clínica, onde chegou de mãos dadas com o Sargento Davi, que também participou da operação de resgate. Ela segue internada, onde cuida de sua saúde mental.

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Juntos: Com roupas emprestadas, Eloísa chega ao instituto psiquiátrico de mãos dadas ao sargento que a ajudou em seu resgate (Segurança Presente/Divulgação)
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Eloísa tem uma carreira curta porém de importantes trabalhos no mundo da moda e já fez capas para revistas como Elle, Grazia e Glamour, além de campanhas para grifes como Dolce & Gabbana. Ela chegou ao Rio em janeiro de 2020, depois de uma conturbada temporada de 11 meses em Nova York. A modelo teve um surto em junho de 2019, quando desapareceu por cinco dias. Foi encontrada desorientada numa cidade a 30 minutos de Manhattan. Em setembro deste ano, depois de um ano sem contato com nenhum parente, Eloísa reencontrou a mãe e chegou a ser levada para a casa de uma irmã, em Minas Gerais. Mas fugiu de volta para o Rio e passou a viver em situação de rua dentro do Morro do Cantagalo.

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