Covid: mesmo vacinado, Nelson Sargento morre aos 96; entenda

Baluarte do samba estava internado desde a última sexta (21) e havia recebido a segunda dose do imunizante no final de fevereiro

Por Da Redação
Atualizado em 27 Maio 2021, 19h40 - Publicado em 27 Maio 2021, 12h19
A imagem mostra o sambista Nelson Sargento sorrindo
Nelson Sargento: morto em decorrência da Covid-19, sambista foi homenageado pelo prefeito Eduardo Paes (Instagram/Reprodução)
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A cultura brasileira está de luto. Nelson Sargento, 96 anos, morreu nesta quinta (27), três meses depois de tomar a segunda dose da vacina Coronavac. Mestre do samba, ele estava internado no Instituto Nacional do Câncer desde a última sexta (21).

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A morte de pessoas que tomaram as duas doses do imunizante é considerada “um evento raro” na medicina, mas só na música brasileira já há dois casos conhecidos. Além do sambista, o cantor Agnaldo Timóteo também foi vítima do vírus mesmo depois de 100% vacinado, em abril.

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No caso de Agnaldo, a morte ocorreu dois dias depois da segunda dose – dentro, portanto, da “janela imunológica”, expressão usada para identificar o tempo que o organismo leva para produzir anticorpos e se “defender” da doença. Esta janela leva, em média, 15 dias, mas não é uma regra, varia de pessoa para pessoa. Idosos, por exemplo, levam mais tempo para ficarem imunes.

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Nelson Sargento já estava imunizado há 90 dias, mas fazia parte do grupo de risco – além da idade avançada, ele era um paciente oncológico e havia se submetido a um longo tratamento contra o câncer de próstata, daí sua internação no INCA.

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Segundo o Instituto Butantan, a taxa de eficácia geral da Coronavac, a vacina mais usada no Brasil, é de 50,38%. “Isso significa que, se você tomar a vacina, reduz pela metade a chance de ficar doente comparado a alguém que não se vacinou. Nenhuma vacina oferece proteção de 100%”, explicou a microbiologista Natalia Pasternak em recente entrevista a BBC.

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Sargento é presidente de honra da Mangueira e foi cantor, compositor, pesquisador, artista plástico, ator e escritor. Integrou, nos anos 60, o grupo A Voz do Morro – junto com Paulinho da Viola, Zé Kéti, Elton Medeiros, Jair do Cavaquinho, José da Cruz e Anescarzinho. Ultimamente dedicava boa parte de seu tempo à pintura de quadros em estilo naif, quase sempre com o samba e o mundo do carnaval como tema de suas telas.

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Vascaíno fanático, não perdia a oportunidade de declarar seu amor ao time alvinegro. Um bom exemplo da sua paixão veio no último dia 26 de fevereiro, quando usou traje de gala para receber a segunda dose da vacina, em casa: Sargento usava a camisa do clube e uma máscara decorada com a Cruz de Malta. Sua imunização foi festejada nas redes pelo prefeito Eduardo Paes.

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