Corpo de Arlindo Cruz é enterrado após despedida com batucada em Madureira
Velório do sambista, na quadra do Império Serrano, durou dezessete horas e teve o formato de gurufim, com samba e distribuição de chope
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11 ago 2025, 14h10
O corpo de Arlindo Cruz, um dos maiores sambistas do Brasil, foi enterrado no início da tarde de domingo (10), Dia dos Pais, no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na Zona Oeste. O sepultamento aconteceu após um velório com muita música na quadra do Império Serrano, escola de coração do artista.
O cantor e compositor morreu na sexta (8), aos 66 anos, de falência múltipla de órgãos. Arlindo vivia desde 2017 com as aquelas de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) hemorrágico, tendo passado por diversas cirurgias e internações desde então.
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A despedida na quadra da agremiação, em Madureira, reuniu centenas de pessoas e durou dezessete horas. O ritual teve início na noite de sábado (9) e seguiu até as 10h da manhã deste domingo (10), e seguiu o formato do gurufim, comum no mundo do samba: uma festa, com música e bebida, para espantar a dor e garantir a boa viagem da alma. Foram mais de dez barris de chope, distribuído gratuitamente.
A família fez um pedido especial: que todos comparecessem vestindo roupas claras. Arlindo era candomblecista, e a cerimônia incluiu cânticos das religiões de matriz africana, além de músicas do compositor, como os clássicos O Show Tem Que Continuar e Meu Lugar, cantados pelo filho Arlindinho e por amigos como a cantora Maria Rita.
Zeca Pagodinho, Erika Januza, Thiago Martins, Hélio de La Peña, Marcelo D2, Antonio Pitanga e Benedita da Silva, Conceição Evaristo e Quitéria Chagas, rainha de bateria do Império Serrano, foram outros nomes famosos presentes. “É muita vida juntos… Ele é padrinho do meu filho”, disse Zeca, emocionado, à TV Globo.
“A despedida é do jeito que ele pediu. Ele que queria cerveja liberada para o povo, churrasco… Por mais difícil que fosse fazer isso tudo, não poderia deixar de fazer o que ele me pediu”, contou o filho do sambista, o também cantor e compositor Arlindinho.
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No encerramento do velório, o caixão foi fechado, diante da viúva do sambista, Babi Cruz, e dos filhos do casal, Arlindinho e Flora Cruz, em um momento de grande emoção. O corpo, então, foi colocado em um carro do corpo de bombeiros e levado para o local do enterro em um cortejo, com a viúva acompanhando.
Em Sulacap, centenas de fãs acompanharam a despedida na capela 9. Também houve um momento reservado à família e amigos. O corpo foi enterrado por volta das 13h, ao som do toque de um clarim. Famosos como Hélio de la Peña, Xande de Pilares, Diogo Nogueira, Regina Casé, Selminha Sorriso e Andrezinho, do grupo Molejo, acompanharam.
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O cortejo aconteceu ao som do surdo do Império Serrano e de sucessos da carreira do artista. O caixão foi coberto com a bandeira do Flamengo, time de Arlindo. Após o sepultamento, Arlindinho disse que talvez fosse seu dia “de maior alívio” nos últimos oito anos, tempo em que o pai ficou vivendo com as sequelas do AVC hemorrágico.
“Ele vinha sofrendo muito nos últimos meses, com uma piora acentuada. Foi um descanso. Apesar de muita dor. A gente acha que está preparado pra hora, mas não está, mas ele precisava descansar”, admitiu o sambista.
