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“Demorei a aprender que o meu corpo não é um objeto”, diz Luiza Brunet

Convidada pela atual rainha de bateria, Bianca Monteiro, para desfilar no centenário da Portela, a ex-modelo conta que a volta pode ser definitiva

Por Kamille Viola
Atualizado em 21 fev 2023, 16h55 - Publicado em 21 fev 2023, 06h02
Luiza Brunet com um vestido brilhoso azul
Luiza Brunet: "Desfilei solta, feliz. A Portela mexe com a gente" (Bruno Ryfer e equipe/Divulgação)
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Depois de seis anos sem desfilar em uma escola, Luiza Brunet voltou a cruzar a Sapucaí sambando nesta segunda (20). Aos 60 anos, a ex-modelo participou do desfile que celebrou o centenário da Portela, agremiação da qual foi rainha de bateria por onze anos.

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“Desfilei durante 33 anos, e a Portela foi onde eu passei mais tempo, eu nem sabia disso. É muito bom participar do centenário. Você estar viva e ter participado na década de 80, 90, 2000, ser convidada pela rainha de bateria Bianca Monteiro – a atitude dela de convidar outras madrinhas (de outras épocas) foi um ato de sororidade”, elogia. “O desfile foi lindo, a Portela pega a gente pelo amor, pelo coração”, derreteu-se em entrevista a VEJA Rio.

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Luiza havia afirmado em entrevista anterior que avisou ao carnavalesco da Azul e Branca que não iria de biquíni nem de maiô, mas garante que a exigência não teve a ver com qualquer insegurança em relação a seu corpo. “Com a passagem do tempo, eu estou super bem. Tenho plena consciência de que a idade vai chegar, mas o que eu preciso fazer agora é pela pauta feminina. Já usei o meu corpo de uma forma muito ousada nos anos 80, objetificada mesmo. Eu me objetificava, gostava de posar nua, era muito natural, e eu achava bonito, mas não cabe mais isso hoje. Isso desvaloriza a mulher hoje em dia”, argumenta a eterna musa.

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Ela observa que sua consciência sobre a questão feminina foi se ampliando muito ao longo dos anos. “Quando a gente repassa a vida, começa a perceber mais assédios que você não se deu conta na época. Quando cheguei aos meus 54 anos, pensei “Nossa, apanhei de um homem.” Eu já conhecia isso, vi minha mãe apanhando do meu pai, mas nunca tinha sofrido algo assim de um homem. Então comece ia ser convidada para falar disso, dessa exposição da denúncia, e isso foi me levando para um outro lugar. Quando eu fui ver, estava falando em lugares muito importantes”, lembra.

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Sobre o retorno à Avenida, ela conta que pode ter sido uma volta para ficar. “Eu adoro desfilar, me diverti hoje porque eu não tinha compromisso, não é mais a minha preocupação, então eu estava muito solta. Dessa forma, eu desfilaria todos os anos e de todas as formas possíveis, porque é muito bom você ter liberdade para fazer o que se quer. Essa conquista é muito importante”, comemora.

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