Brilha muito! Debora Bloch é a Carioca do Ano na categoria televisão
A atriz de 62 anos matou no peito o desafio de dar vida à vilã Odete Roitman no remake de Vale Tudo e, com talento e maestria, caiu nas graças do público
Nas horas livres, Debora Bloch pode ser vista em programas tipicamente cariocas, como o Samba do Trabalhador, um show no Circo Voador ou uma exposição no MAR.
Mas, desde que encarnou a vilã das vilãs, Odete Roitman, no remake de Vale Tudo, a trama global das 9 que terminou em outubro, tem sido mais difícil curtir os encantos da cidade onde vive desde os 14 — a atriz nasceu em Belo Horizonte e morou alguns anos em São Paulo antes de se mudar para estas praias.
“Durante a novela, eu só ia de casa para o estúdio. Quando parei de gravar, comecei a receber o carinho e o afeto das pessoas. Está mais difícil andar na rua, não dá para sair com pressa”, conta, bem-humorada.
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O desafio era tremendo: reviver uma das personagens mais marcantes da história da Tv, interpretada por Beatriz Segall (1926-2018) na versão original, de 1988.
Debora não pensou duas vezes antes de dizer sim, mas tinha noção de toda a responsabilidade embutida aí. O frio na barriga foi naturalmente maior do que o habitual. “Havia o peso da expectativa do público, que se envolveu antes mesmo da estreia”, lembra.
Deu certo. Sua odete caiu nas graças dos espectadores, alavancando a audiência do folhetim e fazendo uma penca de frases virar meme — uma “arte superior”, como bem definiu Fernanda Torres, grande amiga de Debora.
Um dos trunfos da nova encarnação da megera foi mostrar uma mulher de 60 anos moderna, sexy e sexualmente bem resolvida.
Aos 62 anos, a atriz conta que, ao perceber o tom dado pela autora, Manuela Dias, conversou com o diretor artístico da trama, Paulo Silvestrini, e com a figurinista, Marie Salles.
“Falei: ‘Gente, vamos botar a mulher de 60 para jogo?’. e todo mundo embarcou”, diz.
Apesar de todo o carisma da vilã, Debora faz questão de deixar bem claro que em nada se identifica com ela. “Só invejo a autoestima”, brinca a atriz, que também gostou dos elogios à sua boa forma.
“Ainda é raro ter protagonistas interessantes para mulheres da minha idade. O fato de autoras estarem no comando ajuda a trazer essa visão sobre os papéis femininos”, avalia.
Para fechar um ano tão frutífero, ela celebra a coincidência de a cerimônia do prêmio Cariocas do Ano acontecer no mesmo local da estreia de seu primeiro sucesso no cinema, o longa Bete Balanço, em 1984: o Roxy, em Copacabana.
À época, a produção alugou “um carrão” para levá-la, junto de Cazuza (1958-1990), coautor da música tema, Diogo Vilela e Lauro Corona (1957-1989).
A recepção foi badalada, com uma multidão de repórteres e fotógrafos à espera. “Fiquei assustada, não estava acostumada com aquilo.” Eram outros tempos. Agora, Debora e os holofotes são mais que íntimos.
CARIOCAS DO ANO 2025 é uma realização de VEJA RIO com patrocínio de Light e Alerj, apoio institucional do Governo do Estado do Rio de Janeiro e parceria de Salton e Castas Importadora.
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