O feminismo também tem vez em meio a enredos de temática negra
Destaque da Beija-Flor, Djamila Ribeiro elogia iniciativa: "Acho fundamental abordarem as religiões de matriz africana"
A filósofa e ativista Djamila Ribeiro, destaque no desfile da Beija-Flor, falou a VEJA RIO no camarote Arara sobre a importância de diversas escolas neste ano se debruçarem sobre a temática negra.
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“O carnaval tem uma tradição em relação a isso, e acho fundamental falarem sobre isso, abordarem as religiões de matriz africana, por exemplo. A Beija-Flor vai ter uma ala sobre feminismo negro, e eu estou pintada em um carro. É uma honra receber essa homenagem de uma escola que tem uma importância tão grande e ver esses temas serem tratados por uma escola de samba, porque ela chega a públicos aos quais a gente muitas vezes não chega”, diz.
É a primeira vez que Djamila desfila em uma agremiação carioca. Ela vem no último carro, que celebra a escritora Conceição Evaristo. A filósofa também comentou o fato de que o enredo da escola de Nilópolis que lembra o assassinato de George Floyd por um policial branco nos Estados Unidos, em maio de 2020 – há até uma ala coreografada.
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“Em uma parte, o samba fala que população negra ainda chora com as balas de fuzil. Fala na violência contra nós, o que é essencial, mas, ao mesmo tempo, fala das nossas conquistas e da importância da população negra na constituição do Brasil”, observa ela.
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A Beija-Flor é a última escola a cruzar a Avenida na primeira noite do Grupo Especial, com o enredo Empretecer o Pensamento É Ouvir a Voz da Beija-Flor.
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