Morre Chiquinho, mestre-sala que fez história na Imperatriz, aos 60 anos
José Francisco de Oliveira Neto, que por vinte anos fez par com a mãe, a porta-bandeira Maria Helena, lutava contra uma infecção bacteriana
Morreu na tarde desta quinta, aos 60 anos, o mestre-sala Chiquinho, que fez história na Imperatriz Leopoldinense, onde foi campeão seis vezes, ao lado da mãe, a porta-bandeira Maria Helena, que faleceu em 2022. José Francisco de Oliveira Neto estava internado há um mês no Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, na Zona Norte, lutando contra uma infecção bacteriana generalizada. Ainda não há informações sobre o enterro.
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O mestre-sala ficou internado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Del Castilho, na Zona Norte, por oito dias, até ser transferido para a UPA Beira-Mar, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, onde passou mais quatro dias até receber alta. Desde o dia 17 de setembro, ele estava internado no Hospital Estadual Getúlio Vargas, onde descobriram uma sepse, ou seja, uma infecção generalizada. A bactéria se espalhou para os rins e pulmão. Durante a internação, Chiquinho ficou entubado e em coma induzido para reagir melhor à medicação. Em 28 de setembro, ele sofreu uma parada cardíaca e seu quadro de saúde era considerado grave.
Pai de três filhos, após encerrar a carreira Chiquinho passou a dar aulas de mestre-sala na Vila Cruzeiro e na Vila Olímpica de Ramos, além de desfilar como destaque em diversas agremiações. Recebeu homenagens da Grande Rio, Imperatriz e Miúda da Cabuçu, além de, com Maria Helena, ter virado tema de uma música composta por Jorge Benjor em 1999. Naquele ano, mãe e filho brigaram pouco antes do carnaval, mas fizeram as pazes a tempo de desfilar. O músico, que assistiu ao desfile da Imperatriz, compôs “Maria Helena e Chiquinho”, na qual diz que “Depois da luta do bem contra o mal / Um ano de brigas e intrigas / A paz veio dançando na passarela / Com uma evolução angelical”. Mais recentemente, ele trabalhava como motorista particular. Em 2018, se candidatou a deputado estadual pelo PMB, mas não foi eleito.
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Na verde, branco e dourado da Zona da Leopoldina, sua maior paixão, Chiquinho atualmente ocupava o posto de “jóia da coroa”, maior honraria destinada aos baluartes da agremiação, em que ele e Maria Helena desfilaram juntos de 1983 a 2005. A Imperatriz divulgou uma nota de pesar, lembrando que “ao lado de sua mãe, a inesquecível porta-bandeira Maria Helena, Chiquinho fez história na Marquês de Sapucaí, e em seis dos nove títulos de nossa agremiação, defendeu o pavilhão da Rainha de Ramos com maestria, elegância e imponência, sendo inspiração para tantas gerações de mestres-salas do Carnaval.”