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Morre Jaguar: relembre a história do cartunista que enfrentou a Ditadura

Um dos fundadores do emblemático jornal O Pasquim, ele chegou a ser preso em 1970 devido ao seu humor ácido; artista trabalhou até recentemente

Por Redação VEJA RIO Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , Agência Brasil Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
25 ago 2025, 15h07
jaguar-cartunista
Jaguar: cartunista, de 93 anos, dará nome a trecho de Rua da Cerveja (ABI/Divulgação)
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Morreu, aos 93 anos, neste domingo (24), no Rio, o cartunista Jaguar. Um dos fundadores do emblemático jornal O Pasquim, ele estava internado no Hospital Copa D’Or, em razão de uma infecção respiratória, que evoluiu com complicações renais.

A assessoria de imprensa da casa de saúde deu detalhes por meio de uma nota. “Nos últimos dias, estava sob cuidados paliativos. O hospital se solidariza com a família, amigos e fãs por essa irreparável perda para a cultura brasileira“, diz o texto.

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O velório aconteceu na na capela celestial do Memorial do Carmo, no Caju, na Zona Portuária, a partir das 12h desta segunda (25). Foram espalhados autorretratos do artista no local. A cremação acontece às 15h, em cerimônia restrita a parentes e amigos próximos.

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Sérgio de Magalhães Gomes Jaguaribe, o Jaguar, nasceu em 29 de fevereiro de 1932, no Rio. Começou a carreira como cartunista em 1952, quando trabalhava no Banco do Brasil. Na ocasião, ele conseguiu publicar um desenho na coluna de humor Penúltima Hora, no jornal Última Hora.

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Depois, passou a criar charges para a página de humor da revista Manchete. O pseudônimo com o qual ficou famoso foi uma sugestão do também cartunista Borjalo.

Em 1969, foi um dos criadores do jornal O Pasquim, que tinha conteúdo crítico à ditadura militar no Brasil. Nesse período, lançou um de seus personagens mais conhecidos, o ratinho Sig, que foi mascote do periódico. Suas charges , com humor ácido, marcaram a luta contra a opressão do regime.

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Na época, o artista foi preso, tendo ficado atrás das grades por três meses, e enfrentou processos. Segundo os militares, a prisão foi motivada por uma sátira feita por Jaguar com o quadro Independência Ou Morte, de Pedro Américo, na qual, em vez da famosa frase, Dom Pedro dizia: “Eu quero é mocotó!”, em referência à famosa música de Jorge Ben Jor, Eu Também Quero Mocotó, famosa na gravação de Erlon Chaves.

Considerado um dos principais cartunistas do país, ele trabalhou até o mês passado e deixa um grande legado. Foi casado com a escritora e fundadora do Pasquim Olga Savary (1933-2020), entre 1955 e 1980. Com ela, teve dois filhos: o artista plástico e escritor Pedro Savary Jaguaribe (1958-1999) e a escritora Flávia Savary.

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Homenagens

Nas redes sociais, artistas colegas de Jaguar fizeram homenagens e lamentaram a morte do ícone. A cartunista Laerte Coutinho, em postagem no X, referiu-se ao ídolo como “mestre querido”.

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O cartunista Arnaldo Branco contou que entrevistou Jaguar diversas vezes. “Era o maior de todos, acho que todos os cartunistas concordam comigo”, escreveu no Instagram.

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André Dahmer também homenageou o artista. “Jaguar deixará saudades. Debochado e espirituoso, era mais engraçado ao vivo do que em seu brilhante trabalho”, disse ele em seu perfil, onde publicou o original da obra Eu Quero é Mocotó!!!, dado a ele de presente por Jaguar. “Muito obrigado por tudo, mestre.”

O cartunista Allan Sieber lembrou que, quando se mudou para o Rio, Jaguar escreveu sobre ele para a revista Bundas (o nome era uma sátira à Caras) e depois editou o livro dele Assim Rasteja a Humanidade (2006). “Um brinde, mestre! Obrigado por tanto!”, publicou ele.

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Chico Caruso, em entrevista à GloboNews, contou que visitou Jaguar poucos dias antes da morte do colega. “Ele era o melhor cartunista brasileiro, meu amigo querido e é uma perda irreparável para o humor e para o Brasil”, lamentou.

O cartunista Aroeira foi outro a prestar homenagens ao artista na GloboNews. “Jaguar foi mestre, professor, amigo, inspiração, gênio, um dos maiores chargistas que eu já vi no planeta como um todo. Incansável, trabalhou até o último minuto, sempre absolutamente crítico, sempre feroz, sempre amado por gerações e gerações seguidas de cartunistas”, elogiou.

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Já o humorista Marcelo Madureira falou com a TV Globo no velório do cartunista. “Eu gostaria de ter convivido mais. Um amigo que, para a minha alegria, me ensinou muita coisa, assim como Millôr. Uma pessoa grandiosa, que tinha um talento extraordinário”, disse.

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