O Terno volta aos palcos: “Só agora podemos curtir o que construímos”

Banda faz show no Circo Voador nesta sexta (29), para embalar uma plateia lotada com músicas de toda a carreira do trio

Por Luiza Maia
Atualizado em 28 mar 2024, 16h41 - Publicado em 28 mar 2024, 16h40
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O Terno: antes de começar a turnê, o trio de amigos passou duas semanas em um sítio em São Paulo para ensaiar (Pedro Maciel/Divulgação)
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Após quatro anos de intervalo, com uma pandemia e algumas lives durante o isolamento social no meio disso, a banda O Terno está de volta à estrada para concluir a turnê do disco atrás/além. Depois de muitas voltas individuais, o trio formado por Tim Bernardes, Gabriel Basile e Guilherme D’Almeida anunciou o retorno tão aguardado e celebrado pelos fãs. Mas agora o clima é outro: a banda deixou o ritmo frenético e está pegando leve, com vontade de relembrar o passado e sem planos fechados para o futuro. 

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A abertura da turnê nos dias 22 e 23, no Espaço Unimed, em São Paulo, reuniu não só os fãs “raiz”, como uma galera nova que passou a acompanhar o grupo na pandemia. “Foi impressionante a quantidade de pessoas que estavam pela primeira vez vendo O Terno”, conta o baixista Guilherme. O Rio vem nessa sequência e já prova que por aqui há muitos apaixonados pelo grupo: os ingressos para o show desta sexta (29), no Circo Voador, foram esgotados ainda em janeiro.

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O Terno: banda retorna mais ‘livre, leve e solta’ no palco (Pedro Maciel/Divulgação)

Apesar da rixa entre paulistas e cariocas para definir se é bolacha ou biscoito e qual capital é a melhor, a banda garante que dá pra se dividir entre as duas cidades. “Com certeza dá pra amar as duas. Vivemos aí muitas noites memoráveis. Tem alguma energia forte nos shows do Rio”, afirma Tim, relembrando os primeiros da banda por essas praias, no Solar de Botafogo, na Zona Sul, e uma sequência de apresentações no Circo Voador. Para o novo show na histórica casa da Lapa, um novo desafio: “Quero ver se todo mundo vai cantar as letras. Quero ver se cantam mais do que em São Paulo”, lança o vocalista.

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Depois da capital fluminense, ainda há shows da turnê marcados no Auditório Araújo Vianna, em Porto Alegre (5/4); na Arena Hall, em Belo Horizonte (12/4); na Concha Acústica, em Salvador (3/5); e até em Los Angeles, nos Estados Unidos (14/5), fechando a turnê. Em conversa com VEJA RIO, a banda revelou suas expectativas e surpresas de estarem de novo no mesmo barco.

Quais são as vantagens de vocês estarem trabalhando juntos de novo?

Gabriel: Nesse tempo sem dividir o palco, nunca deixamos de estar muito próximos, porque nós somos muito amigos, além de colegas de trabalho. Então, é legal voltar a ter contato num lugar profissional e sentir de novo o ‘espírito da banda’. Parece que vai renascendo esse quarto elemento. Cada um tem um personagem que atua dentro do grupo. É como um time de futebol em que cada pessoa joga numa posição. E isso traz muitas memórias gostosas de antes da pausa, de muitas viagens, camarins e ensaios.

O que os fãs cariocas podem esperar desse show que vocês prepararam?

Tim: Essa turnê faz o encerramento do atrás/além, mas também é uma vontade nossa de fazer um show “pra galera”, com músicas também de outros álbuns. É o show mais longo que já fizemos, com duas horas e meia. Então, é pra matar a vontade como um todo.

Qual música do atrás/além vocês mais gostam e que tem tocado mais vocês no palco?

Gabriel: Cada momento tem uma música do álbum que se destaca mais. Mas tendo que escolher uma, eu diria a canção Eu Vou. É um momento muito especial do show, em que ficamos só nós três no palco, e é uma música que eu acho maravilhosa, muito prazerosa de tocar. 

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Guilherme: É legal responder a essa pergunta porque nós falamos bastante sobre isso em 2019, quando o disco foi lançado. Na época eu falava muito Pra Sempre Será. Mas nesses últimos shows em São Paulo, a música Passado/Futuro me pegou de surpresa no palco. Eu quase conseguia assistir de fora da minha posição e ver de forma muito bonita a banda se completando, a iluminação. Depois de tocar na sexta eu me esqueci disso, mas no sábado essa mesma sensação veio de novo.

Tim: Eu sempre fico em dúvida, mas depois dos dois shows, eu acho que a música Atrás/além foi uma delas. Quase pareceu que a letra era sobre estar voltando pra banda, feita pra turnê. Ganhou um novo sentido isso de “recuperando as memórias”, com o público cantando junto, foi realmente uma trilha do reencontro.

Qual é a relação de vocês com outros artistas dessa geração mais recente da música brasileira? Quais cantores e bandas vocês curtem acompanhar e, de certa forma, inspiram vocês? 

Tim: Tem uma série de amigos e pessoas que nós já até fizemos trabalhos juntos, como a Ana Frango Elétrico. Gosto muito também da Sophia Chablau, Bala Desejo…

Guilherme: Sou até suspeito de falar da banda Sophia Chablau e Uma Enorme Perda de Tempo porque com certeza o disco Música do Esquecimento foi o que eu mais ouvi nesse último ano. Tem a efervescência de uma juventude que não é mais a gente, o bastão está sendo passado. Eu acho que eles são muito autorais, é uma banda que me fascina completamente.

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Tim: Eles têm uma vibe mais caótica, bem paulistana, que vem rock ‘n’ roll e não tem muito respeito nem pudor com a música brasileira, o que eu acho bem saudável hoje em dia.

Gabriel: Gosto também de uma galera mais nova, que é a DUPLA 02. Eles fazem uns clipes malucos, é um outro estilo, me divirto muito ouvindo.

Vocês já pensaram se ainda há mais capítulos a serem escritos nessa história dO Terno? Ou ainda preferem focar nos próximos passos individuais?

Tim: Estamos nos permitindo curtir essa turnê. Ficamos muito tempo pensando que a gente precisava voltar, vimos o público crescer bastante de forma orgânica durante a pandemia. Mas pensávamos: ‘qual é o jeito mais gostoso de fazer essa turnê?’. E, mais do que entregar um show, também ter uma curtição. Fazer pelo prazer puro. Sem a afobação de quem quer construir uma carreira, tendo mais confiança que nossa trajetória está consolidada. Agora podemos curtir tudo o que construímos na última década, sem pensar se vão ter outros discos e shows. Um projeto de início, meio e fim, sem pressão. Isso nos deixa mais livres, tocando mais soltos no palco.

Qual poderia ser o título de uma música que narrasse e resumisse a trajetória da banda?

Tim: Acho que essa música seria a soma das canções do disco atrás/além, que é uma trilha sonora dos anos 2010, dos nossos 20 anos de idade. Então, de alguma forma fractal, cada música do álbum reflete isso como um todo. E, de certa forma, talvez o espírito da banda esteja em Bielzinho, que é uma música sobre nós curtindo tocar juntos, sem reflexões mais profundas.

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