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Dama dos palcos: Zezé Motta é Carioca do Ano no teatro

Símbolo de representatividade negra, atriz e cantora de 81 anos celebrou seis décadas de carreira encarando o desafio de estrelar um monólogo pela primeira vez

Por Kamille Viola
19 dez 2025, 06h11 •
Zezé Motta. Credito Thalles Leamari (5).JPG
Zezé Motta: atriz e cantora celebra 60 anos de carreira (Thalles Leamari/Divulgação)
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  • Celebrando seis décadas de carreira, Zezé Motta já interpretou mais de uma centena de personagens no teatro, no cinema e na televisão. Mas, aos 81 anos, ainda havia caminhos a desbravar, e ela está encarando um deles. Em maio, estreou seu primeiro monólogo, Vou Fazer de Mim um Mundo, com dramaturgia e direção de Elissandro de Aquino, uma adaptação do livro Eu Sei Por Que o Pássaro Canta na Gaiola (1969), da americana Maya Angelou (1928-2014).

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    O autor passou mais de dois anos tentando convencer a atriz a topar o desafio. Ainda assim, em meio ao processo, ela pensou em desistir. “O texto é muito forte, fala de uma criança abusada, violentada. Tive embrulhos no estômago e crises de choro, mas superei e me venci”, conta. As sessões no Rio, Brasília, Belo Horizonte e São Paulo foram disputadíssimas. Símbolo de representatividade negra, Zezé gosta de ser referência, sobretudo para as mulheres, algo pelo qual batalhou.

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    “Isso é fruto de uma luta, lá atrás, quando só me convidavam para abrir porta, fechar porta e servir cafezinho nas novelas, mesmo eu sendo aluna de Maria Clara Machado no mais sofisticado curso de teatro na época, o Tablado”, lembra. Também cantora, a fluminense de Campos dos Goytacazes sente orgulho ao reviver a própria trajetória, que em breve vai virar filme. “Eu nunca tirei férias, nunca desfrutei de um ano sabático. Sempre estive à disposição da arte e da cultura”, orgulha-se.

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    Imersa em uma agenda atribulada, ela diz não ter tempo para ficar pensando em idade. “Acordo e já olho o telefone para saber o que preciso fazer naquele dia. Eu esqueço que tenho 81 anos. Aí sinto uma dor aqui, outra ali, e me lembro”, conta, bem-humorada. “Antigamente, as pessoas morriam com 50, 60. Hoje está tudo diferente. Não sei se chego aos 100, mas quero ver minha neta completar 15 anos. Ela fez 5 meses recentemente”, fala ela, que diz se “encher de alegria” ao olhar para Fernanda Montenegro, tão bem aos 96 anos.

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    Zezé veio para o Rio com apenas 3 anos. Morou em Copacabana, no Leblon, em Ipanema e, há mais de uma década, está no Leme, em um apartamento que já pertenceu a Clarice Lispector (1920-1977). Caseira, praticamente só sai para trabalhar: adora receber a família, amigos e o namorado, o percussionista Christiano Moreno, de 58 anos. Sua cinebiografia já tem título, Nas Garras da Felina, alusão à música Tigresa, de Caetano Veloso, da qual é uma das musas inspiradoras. É mesmo uma história digna de cinema.

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