Romário sobre política: “A intriga faz parte do jogo”

Pré-candidato ao governo do estado, o ex-jogador rebate acusações, comenta o desentendimento com Crivella e adianta seus planos para o Rio

Por Alessandra Medina
Atualizado em 13 abr 2018, 16h39 - Publicado em 13 abr 2018, 16h32
Daryan Dornelles_Divulgação
(Daryan Dornelles/Divulgação)

A seis meses da eleição para o governo do Rio, o nome do senador Romário (Podemos-RJ) aparece em primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto feitas pelos partidos. Levada adiante a candidatura — há quem aposte que ele deixa a disputa antes do apito final —, os adversários terão farta munição contra o baixinho.

A polêmica mais recente é a mansão na Barra da Tijuca, avaliada em mais de 6 milhões de reais, que, de acordo com a Secretaria Municipal de Urbanismo, Infraestrutura e Habitação, foi levantada em área pública. Em março, a prefeitura publicou no Diário Oficial ordem para a demolição do imóvel, mas, até hoje, a construção está de pé.

Apesar do parecer técnico e da determinação da prefeitura, a sua casa ainda não foi demolida. Dizem que o senhor teria feito um acordo. Isso é verdade?

Não, não há nenhuma verdade nessa afirmação.

Outra acusação que recaiu sobre o senhor é a ocultação de bens para escapar dos credores. Não acha que
a população está cansada de ver políticos envolvidos nesse tipo de denúncia?

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Sempre agi diferente dos políticos convencionais, que, infelizmente, fazem isso mesmo. Se fui eleito senador com votação recorde foi exatamente porque a população confia na minha honestidade. Infelizmente, a intriga faz parte do jogo, mas quem vai me julgar é a população, e por confiar nisso é que eu sou pré-candidato ao governo do estado.

O que está faltando para dizer com todas as letras que vai disputar a eleição?

Há uma série de questões aí. A primeira é a proibição da lei, que diz que isso seria propaganda antecipada. Segundo, estamos construindo uma coligação, conversando para trazer pessoas e partidos para o nosso grupo. Uma candidatura precisa ganhar corpo, apoio, antes de ser lançada.

Pesquisas o põem bem à frente dos outros candidatos. O senhor acredita que as pessoas estão buscando alternativas?

Com certeza querem uma alternativa ao que está aí, uma alternativa àquelas pessoas que sempre estiveram no poder e não fizeram nada de novo, repetiram as práticas desonestas de sempre. Isso é também um claro indicador de apoio ao meu trabalho na política, à minha postura independente e às causas em que eu atuo.

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Como senador, o senhor votou a favor da intervenção das Forças Armadas no Rio. Como governador, quais são os seus planos para o estado?

A primeira coisa, a mais urgente, é devolver a paz aos moradores do estado, dando um basta à criminalidade, que está cada dia mais ousada, com ações firmes. Precisamos acabar com a corrupção, fazendo uma faxina em todos os cargos do estado. É necessário equilibrar as contas do governo e garantir que ninguém fique sem salário. Também é indispensável reconstruir os serviços públicos de saúde e educação e criar empregos. Essas são as prioridades.

O Rio está passando por uma das piores crises dos últimos tempos. O senhor
está preparado para tomar medidas impopulares?

Medida antipopular para mim é roubar o dinheiro público, isso eu nunca farei. Garantir o funcionamento da máquina pública com eficiência e qualidade não será considerado ruim pela população. Acho que isso precisa ficar bem claro: o estado não é nada além da própria população, temos de colocá-lo na sua função novamente, que é trabalhar para as pessoas. Nos últimos anos, o Estado do Rio serviu apenas a empresários e políticos corruptos.

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Já se preparou também para levar pedrada dos adversários durante
a campanha?

O pior que eles podem fazer é inventar mentiras e, se for mentira, posso desmentir. Ademais, não há nada na minha história que eles possam atacar. Pedrada já estou levando.

Sua relação com o prefeito Crivella anda estremecida. Recentemente, o senhor publicou uma foto dele nas suas redes sociais com a legenda “Eu apoiei esse idiota”. Pretende relevar esse desentendimento em prol do Rio?

A população está em primeiro lugar. Pode ser Crivella e poderia ser outro; as diferenças políticas não podem jamais prejudicar a população.

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