Quem era a jovem morta a tiros em carro de aplicativo na Linha Amarela
Bancária de 28 anos seguia da Ilha do Governador em direção ao Cachambi no momento do crime; caso é investigado pela Polícia Civil
A bancária Bárbara Elisa Yabeta Borges, de 28 anos, foi morta a tiros durante um confronto armado na Linha Amarela na tarde de sexta-feira (31). A jovem estava no banco de trás de um carro por aplicativo e seguia da Ilha do Governador para o bairro do Cachambi, ambos na Zona Norte, quando foi atingida na cabeça.
O crime ocorreu na Linha Amarela, uma das principais vias expressas do Rio de Janeiro. O tiroteio ocorreu nas proximidades do Complexo da Maré, durante um confronto entre facções rivais. Bárbara chegou a ser socorrida e levada ao Hospital Geral de Bonsucesso, mas não resistiu aos ferimentos. Uma segunda pessoa também foi baleada e encaminhada à mesma unidade, mas não há informações sobre a identidade e nem o estado de saúde dessa vítima.
Ainda segundo a PM, equipes do 22º Batalhão foram acionadas para o local e apreenderam um fuzil, carregadores e munições. O caso é investigado pela 21ª Delegacia de Polícia (Bonsucesso).
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Horas antes de morrer, Bárbara havia compartilhado nas redes sociais uma mensagem sobre o valor das pessoas e da vida. O texto, do escritor Edgard Abbehusen, dizia:
“É caríssimo perder o que não tem preço. Você entende isso? É caro perder o que não está na prateleira do supermercado, nem na vitrine de uma loja no shopping. A gente gasta tanto tempo correndo atrás do que tem preço, que esquece de cuidar do que tem valor. Vive acumulando coisas e perdendo pessoas. E quando percebe, o tempo já levou o que o dinheiro nunca traria de volta. Então, por favor, cuide de quem te ama. Cuide de quem te escuta, de quem te espera, de quem te quer bem. Não negligencie o essencial. Porque o que tem preço, a gente recompra. A maioria das coisas que perdemos, a gente recupera, mas pessoas, não. O que tem valor, quando vai embora, leva um pedaço da gente junto. E, acredite, é caro demais perder aquilo que não tem preço.”
Bárbara havia sido promovida no início deste ano a uma nova função em uma agência na Zona Sul do Rio. Descrita por amigos como uma profissional dedicada, positiva e generosa, era carinhosamente chamada de “Barbie” por seu jeito doce e alegre.
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Apaixonada por esportes e por viagens, ela costumava compartilhar nas redes sociais momentos de alegria e conquistas pessoais. Entre as postagens recentes, estavam registros de viagens com o marido a Machu Picchu, no Peru — que descreveu como um “lugar mágico” —, e à Disney, destino que chamou de “a realização de um sonho”.
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A tragédia ocorreu na mesma semana da operação mais letal da história do Rio de Janeiro, que deixou 121 mortos — entre eles quatro policiais — durante uma megaoperação das forças de segurança contra o Comando Vermelho nos complexos da Penha e do Alemão.
A morte de Bárbara causou grande comoção entre amigos, colegas e artistas. A cantora Marvvila lamentou nas redes sociais: “Você estava tão radiante, princesa… você não merecia isso! Descanse em paz.” O ativista Renê Silva e outras figuras públicas também prestaram solidariedade à família.





