A zoeira nas arenas olímpicas

O comportamento de arquibancadde futebol inspira o jeito efusivo da torcida na Rio 2016. Piadas, cantoria, dancinhas e homenagens genuínas encantam alguns atletas,irritam outros e dão o que falar

Por Pedro Tinoco
Atualizado em 5 dez 2016, 11h08 - Publicado em 13 ago 2016, 01h00
Domingo, 7 de agosto, espectadores de pé no Estádio Aquático Olímpico, na Barra: vale tudo na torcida, até fantasia de bichinho de pelúcia
Domingo, 7 de agosto, espectadores de pé no Estádio Aquático Olímpico, na Barra: vale tudo na torcida, até fantasia de bichinho de pelúcia (Adam Pretty/Getty Images/)
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Deu no New York Times: “And the Rio crowd goes crazy! For whatever!”. A manchete cheia de exclamações do jornal americano pode ser traduzida na linguagem das arquibancadas da Olimpíada como “E a galera no Rio pira! Por qualquer coisa!”. Forasteiros só descobriram essa verdade agora, o que, no caso dos atletas em competição, pode causar algum transtorno. Dustin Brown, tenista alemão, protestou levando a mão ao ouvido, saudoso do silêncio que é regra nas sisudas quadras mundo afora. Nas provas de hipismo, no dia 7, em Deodoro, fiscais pediram ao público que evitasse assustar os cavaleiros e sua montaria, o que já havia acontecido, com perda de pontos para conjuntos brasileiros. Os argentinos começaram a padecer na cerimônia de abertura, durante o desfile da delegação — as vaias na festa, pelo menos neste caso, podem ser consideradas pouco apropriadas. Implacável, a perseguição aos vizinhos, e tradicionais rivais no futebol, rendeu outra bola fora, uma briga entre torcedores, na vitória do tenista argentino Juan Martín del Potro sobre o português João Sousa, no dia 7. Número 1 no esporte, o sérvio Novak Djokovic também perdeu para Del Potro, mas não foi por falta de apoio. Antes de voltar para casa, agradeceu o calor da massa e declarou que os brasileiros passaram a ser “seus irmãos”. Grandes estrelas americanas, o nadador Michael Phelps e a ginasta Simone Biles também sentiram o carinho dos aplausos. No maior bom humor, a multidão ainda torceu pelo Senegal contra a imbatível seleção de basquete feminino dos Estados Unidos, gritando “Ah, eu acredito” quando a vantagem das americanas já ultrapassava os 50 pontos. Teresa Almeida, a Bá, robusta goleira do time de handebol de Angola, foi incensada a cada defesa, até a vitória de seu time sobre as romenas. Festa boa é assim: feita com alegria, emoções genuínas, temperada por aquela história do convidado que exagerou.

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