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Como vai funcionar o maior centro de reabilitação do Rio de Janeiro

Espaço na ABBR atenderá desde jovens e atletas a idosos e portadores de doenças crônicas, com foco na recuperação de fraturas e condições físicas limitantes

Por Da Redação
22 out 2024, 13h18
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ABBR: novo ginásio conta com esteira anti-gravitacional desenvolvida com tecnologia da Nasa, que permite reduzir em até 80% o peso corporal durante os treinos, protegendo as articulações; e o Motomed, equipamento de terapia de movimento motorizado para treinamento ativo e passivo, ideal para pessoas com mobilidade limitada (ABBR/Divulgação)
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Pouco depois de completar 70 anos, em agosto, a Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação (ABBR), no Jardim Botânico, ganha o maior e mais completo centro de reabilitação do Rio de Janeiro. A nova unidade foi projetada para ser um centro de referência na recuperação física, com foco na desospitalização e em tratamentos integrados e humanizados. O espaço oferece infraestrutura que inclui uma clínica de especialidades, hospital com 100 leitos, centro de diagnóstico, ginásio de reabilitação com área de 690 metros quadrados, com investimento inicial de R$ 60 milhões.

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O centro de reabilitação é fruto de uma parceria inédita entre o grupo de saúde Valsa e a ABBR, referência nacional na formação de profissionais e no atendimento especializado em reabilitação. Equipado com tecnologia de ponta, o ginásio conta com equipamentos de última geração, como a esteira anti-gravitacional desenvolvida com tecnologia da Nasa, que permite reduzir em até 80% o peso corporal durante os treinos, protegendo as articulações; e o Motomed, equipamento de terapia de movimento motorizado para treinamento ativo e passivo, ideal para pessoas com mobilidade limitada. Outro destaque é o Maxi Move, elevador de chão que facilita o deslocamento de pacientes com segurança, operado por um único cuidador.

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Esteira antigravitacional: desenvolvida com tecnologia da Nasa, que permite reduzir em até 80% o peso corporal durante os treinos, protegendo as articulações. (ABBR/Divulgação)

“Nosso centro foi pensado para oferecer uma alternativa eficaz ao modelo tradicional de hospitalização, promovendo recuperação mais rápida e confortável para os pacientes. A parceria com a ABBR nos permite combinar sua expertise histórica com nossa inovação tecnológica, criando um ambiente ideal para a reabilitação integral”, afirma Alfredo Cardoso, CEO do Grupo Valsa. O centro de reabilitação atenderá desde pacientes jovens e atletas, a idosos e portadores de doenças crônicas, com foco na reabilitação de fraturas e condições físicas limitantes, além de recuperação cardíaca. “O objetivo é garantir um tratamento menos invasivo, evitando hospitalizações prolongadas e permitindo uma recuperação eficiente e humanizada”, destaca Cardoso.

A equipe multidisciplinar de atendimento é composta por médicos de diferentes especialidades, como fisiatras, ortopedistas e cardiologistas, além de outros profissionais de saúde, incluindo fisioterapeutas, educadores físicos, enfermeiros e psicólogos. Entre as terapias oferecidas estão RPG (Reeducação Postural Global), pilates e hidroterapia.

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Saiba mais sobre a ABBR:

Inaugurada por Juscelino Kubistchek, pioneira no combate a poliomielite, cenário de livro e detentora do Prêmio Nacional de Direitos Humanos, a organização filantrópica coleciona conquistas dentro e fora da saúde. A instituição nasceu através da aproximação de duas famílias, a do arquiteto Fernando Lemos e do empresário Charles Murray – ambos com filhos vítimas de paralisia infantil. O encontro da dupla foi promovido pelos médicos das crianças, os ortopedistas Oswaldo Pinheiro Campos e Jorge Faria, e culminou na sua fundação em 5 de agosto de 1954, no auditório da Associação Brasileira de Imprensa (ABI). Entretanto, o primeiro passo no que viria a se tornar a organização como conhecemos hoje ocorreu somente em 1956, quando o governador do antigo Estado da Guanabara, Sette Câmara, cedeu à ABBR um terreno no Jardim Botânico, onde funcionava o antigo “Depósito de crianças inválidas” – nome dado pela prefeitura.

Desde então, a instituição assumiu o pioneirismo em diversas frentes da saúde da cidade do Rio, como o combate a poliomielite e a formação da primeira turma de fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais do país. Posteriormente, em 1999, a ABBR recebeu o Prêmio Nacional de Direitos Humanos, concedido em solenidade no Palácio do planalto, pelo presidente Fernando Henrique Cardoso e o Ministro da Justiça, José Gregori.

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Atualmente, a ABBR conta com mais de 20 setores integrados dentro de seu espaço, desde fisioterapia e terapia integrada (STI), até unidades de musicoterapia, enfermagem e serviço social. Além disso, a organização também possui sua própria oficina ortopédica, que opera de forma integrada ao centro na confecção de aparelhos de aplicação terapêutica, como próteses, órteses e cadeiras higiênicas que auxiliam na locomoção. O espaço, que é o maior centro especializado do país, atende cerca de mil pacientes por dia, sendo sua maioria (79,5%) através do Sistema Único de Saúde (SUS). Só no ano passado, a instituição realizou mais de 24 mil avaliações terapêuticas, 15 mil consultas, fabricou mais de 5 mil produtos.

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De acordo com o ortopedista João Grangeiro, diretor médico executivo da associação, o principal objetivo do trabalho realizado é democratizar o acesso a tratamentos especializados, que ainda possuem um custo muito elevado para uma parcela da população.

Albert Sabin visita a ABBR
Albert Sabin em visita à ABBR (ABBR/Divulgação)

Apesar da parceria com a prefeitura, a rede funciona prioritariamente através de contribuições de seu pequeno quadro de sócios (cerca de 500), e doações de terceiros, entre eles personalidades como o eterno ídolo do Flamengo, Zico. Figuras históricas marcaram presença na associação ao longo dos anos, como o pesquisador médico e cientista Albert Sabin, que desenvolveu a vacina oral (gotinha) contra poliomielite. Entre os pacientes ilustres, está a escritora Clarice Lispector, que fez fisioterapia no espaço para recuperar os movimentos da sua mãe direita, queimada em um incêndio em seu quarto. Lá, ela reencontrou seu amigo e dramaturgo Lúcio Cardoso, que a incentivou a publicar “Perto do Coração Selvagem”, um de seus best-sellers. A ocasião foi, inclusive, parar em um de seus livros.

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Além da reabilitação de pequenas e grandes lesões, a ABBR criou um novo espaço totalmente equipado para a prática de diversos métodos e terapias, que pacientes com o Transtorno de Espectro Autista (TEA) necessitam para o seu pleno desenvolvimento. A rede ampla de serviços multidisciplinares para as necessidades dos pacientes de TEA abrangem as áreas de fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia, psicomotricidade, psicologia ABA e TCC, musicoterapia, psicopedagogia, fisioterapia aquática e seletividade alimentar.

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