Como ajudar: família mantida em cárcere privado por 17 anos pede doações

Alimentos, fraldas, itens de higiene, roupas e materiais de limpeza podem ser entregues nos 47 centros de Referência em Assistência Social no Rio

Por Da Redação
1 ago 2022, 13h58
Família mantida em cárcere privado por 17 anos
Tortura: mãe e dois filhos foram mantidos em cárcere privado por 17 anos em Guaratiba. (Reprodução/TV Globo)
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Abrigada por parentes, a família mantida em cárcere privado por 17 anos em Guaratiba, na Zona Oeste do Rio, está precisando de doações. A mãe e os dois filhos receberam alta na noite de sexta (29) e foram levados para a casa de parentes. Eles estavam internados no Hospital Rocha Faria desde quinta (28), quando foram resgatados em condições de maus-tratos e desnutridos. Neste sábado (30), Luiz Antonio Santos Silva, que foi preso e indiciado por cárcere privado, maus-tratos e tortura contra a mulher e os filhos, passou por audiência de custódia. Ele teve sua prisão convertida de flagrante para preventiva, que não tem prazo para expirar, enquanto durarem as investigações do caso.

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“Fiquei 17 anos em cárcere privado sofrendo maus-tratos. Ficava sem comida, sem água e apanhando, meus filhos também amarrados, apanhava de fio e enforcava a gente também. E não tinha televisão, e às vezes ficava com o som muito alto, com a música alta no ouvido e as crianças gritando”, contou a mulher, que revelou que tentou pedir ajuda aos vizinhos. “A gente tá precisando de muita ajuda, porque estamos sem nada aqui”, completou ela. Os resgatados pedem alimentos, fraldas, roupas, calçados, itens de higiene e material de limpeza. As doações podem ser feitas nos 47 centros de Referência em Assistência Social no Rio de Janeiro.

Policiais da Delegacia da Mulher (Deam) de Campo Grande estiveram na casa de Luiz Antonio Santos Silva no último sábado (30). Em duas horas, investigadores constataram muita sujeira e pouca iluminação — já que as poucas janelas estavam tampadas. Os agentes também encontraram comida em bom estado e dentro do prazo de validade, o que leva a crer que a mãe e filhos não comiam direito não por falta de alimentos, mas por tortura. Os filhos têm 19 e 22 anos, mas, de acordo com vizinhos, aparentam ter cerca de 10 anos por causa da desnutrição.

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“Na geladeira, há alimentos dentro da validade, há caixas de hambúrguer, tem peixe congelado. A situação pela qual os filhos foram submetidos, e a companheira, de serem privados de alimentos, não era necessária, já que tinha a possibilidade de alimentar”, disse a delegada Cristiane Carvalho, que pretende indiciar Luiz Antonio Santos Silva por abuso psicológico. A inspeção no sábado também encontrou colchões com mofo e potes de margarina que serviam como bebedores — e que tinham lodo.

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