Valores dos aluguéis na Zona Sul subiram 50% com popularização do Airbnb

Redução da oferta de apartamentos de um e dois quartos para contratos de longa temporada começa a ser observada por empresários do setor

Por Da Redação
Atualizado em 27 mar 2025, 11h30 - Publicado em 26 mar 2025, 14h49
Prédio em Ipanema
Zona Sul: em média, o valor do metro quadrado para locação na região teve um aumento real de 17%, com base no IPCA entre fevereiro de 2022 e o mesmo mês deste ano (Fernando Maia/Riotur/Divulgação)
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De acordo com a entidade, nos últimos dois anos, houve uma redução de imóveis disponíveis para locação em toda a cidade, com exceção da região da Barra, responsável por boa parte dos lançamentos imobiliários dos últimos anos. Na Zona Sul, essa oferta anual caiu de 13.974 para 10.128 (27,5%). “Na Zona Sul, já há dificuldades para encontrar apartamentos para alugar com apenas um quarto. Em Copacabana, essa redução da oferta já é observada também para imóveis maiores, de dois quartos, por causa dos aplicativos”, acrescentou o empresário Claudio Castro, da Sérgio Castro Imóveis, ao jornal. Segundo ele, os imóveis alugados por aplicativos chegam a registrar 70% de taxa de ocupação — 21 dias por mês. E a rentabilidade é maior, pois as diárias equivalem a cerca de 20% do que o proprietário ganharia por um mês de aluguel.

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Até 2022, os aluguéis por curta permanência eram comuns em certas datas, como carnaval e réveillon, não no ano inteiro. Mas a popularização deste tipo de hospedagem mexeu com o mercado imobiliário carioca e vem sendo discutida na Câmara Municipal, onde tramita um projeto de lei que propõe regulamentar os aluguéis de curta temporada por plataformas como o Airbnb. Na terça (25), uma audiência pública convocada pela Comissão de Turismo da Casa, presidida pelo vereador Flávio Valle (PSD), lotou as galeiras do Palácio Pedro Ernesto. Entre as propostas em discussão está a previsão de cobrança de ISS dos proprietários ou das administradoras destes imóveis. A alíquota a ser aplicada seria de 5%, a mesma recolhida hoje pelo setor hoteleiro. Caberá à prefeitura estabelecer o percentual, caso a lei entre em vigor. A reunião contou com a participação de representantes da prefeitura, da rede hoteleira e do Clube de Anfitriões, que representa os locatários. E foi acompanhada da galeria por donos de imóveis que fazem este tipo de locação.

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O projeto, de Salvino de Oliveira (PSD), deve sofrer modificações. Uma delas é a retirada de um artigo que veta a locação por curta temporada na orla da Zona Sul. A proposta prevê a exigência de alvará de licença para estabelecimento, licença sanitária de funcionamento e inscrição como prestador de serviço turístico no Ministério do Turismo, além da cobrança de ISS do anfitrião. “A gente entende que o aluguel de curta duração é importante para o Rio de Janeiro e, por essa razão, é preciso regras claras, que haja um cadastro para proteger quem está alugando, quem está dentro de sua própria casa, e a cidade”, justificou ele.

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Sobre a reportagem, a empresa Airbnb compartilhou com VEJA RIO o seguinte posicionamento:

“O aluguel por temporada é expressamente autorizado pela Lei do Inquilinato (Lei nº 8.245/1991). Proibir essa locação viola o direito de propriedade de quem aluga seu imóvel. A plataforma está comprometida a apoiar o crescimento econômico, ajudando proprietários de imóveis a participarem ativamente da economia do turismo ao se tornarem anfitriões, gerando impacto econômico positivo, como renda extra, estímulo do comércio local, como bares e restaurantes, e geração de empregos.

Os mais afetados por este Projeto de Lei são os cidadãos comuns que dependem de plataformas como o Airbnb para complementar a sua renda, disponibilizando os seus espaços. Na cidade do Rio de Janeiro, quase 30% dos anfitriões são aposentados1, mais de 55% afirmam que a renda obtida no Airbnb os ajuda a continuar morando em suas casas2 e quase 45% afirmam que disponibilizam suas acomodações para as suas pagar contas3.

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  • Além disso, o Airbnb:
    Ajuda a suprir a demanda no Rio de Janeiro durante grandes eventos, como o Carnaval e o Ano Novo, além de shows e festivais.
    Através de parcerias, fornece aos governos ferramentas e insights sobre o compartilhamento de casas em sua área, trabalhando em estreita colaboração com as comunidades para ajudar a apoiar regras e regulamentos.
    Oferece segurança aos hóspedes, uma vez que conta com uma variedade de recursos de segurança para hóspedes, anfitriões e vizinhos, respaldando estadias por meio da plataforma, como a Verificação de Identidade, com reservas feitas entre um hóspede verificado e um anfitrião verificado.
  • Em casos anteriores, regulamentações muito restritivas ou burocráticas, como em cidades como Nova York e Barcelona, não aliviaram seus problemas de habitação. Em Nova York, o aluguel de longa temporada subiu 3,4% em 11 meses após a regulamentação4. Em Barcelona, após 10 anos de restrições, houve déficit habitacional recorde e alta nos preços de aluguéis de longa temporada5 (70%).

O Airbnb apoia o crescimento econômico no Rio de Janeiro, permitindo que proprietários participem do turismo. Em 2023, a plataforma gerou R$ 6 bilhões6 no PIB da cidade do Rio de Janeiro, apoiando no desenvolvimento de 104 mil empregos direta e indiretamente. A plataforma segue comprometida a apoiar o turismo na cidade do Rio de Janeiro e os anfitriões.”

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