Apenas 3% do lixo despejado na cidade é aproveitado para reciclagem
O entulho de construções clandestinas abandonado em áreas controladas pelo tráfico e pela milícia faz parte do problema
Uma pesquisa da Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (Abrema) constatou que 36,71% do lixo doméstico e do material recolhido nas ruas, que são descartados nos aterros sanitários, poderiam ser reaproveitados. Com números semelhantes aos do Brasil, o Rio reaproveita apenas 3% de todo o seu lixo, incluindo resíduos das inúmeras obras realizadas na cidade.
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O número é muito baixo, no momento em que a importância e a conscientização sobre a reciclagem aumentam ao redor do planeta. No Rio, uma grande quantidade de vidros, plásticos e papéis vão para os aterros em vez do reaproveitamento.
O comportamento da população é apontado pela Comlurb como um desafio grande para a limpeza da cidade. A empresa informa que mantém nas escolas da rede pública e nas comunidades um programa de educação ambiental para tentar mudar a cultura da população em relação ao lixo. O entulho de construções clandestinas abandonado em áreas controladas pelo tráfico e pela milícia, assim como despejo de lixo em áreas de risco, são exemplos do tamanho do problema que se tem para resolver.
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O presidente da Comlurb, Flávio Lopes, diz que, desde 2022, já foram inaugurados mais de 50 ecopontos para que os moradores possam deixar seu lixo nas comunidades, onde as pessoas não têm espaço em casa para acomodar o lixo. O programa Lixo Zero, com multas que podem passar de R$ 10.000,00 para quem joga lixo em locais impróprios, dependendo do volume, registra uma inadimplência recorde de 81%.