Arma usada para matar Marielle foi fornecida por milícia de Rio das Pedras

Submetralhadora alemã foi entregue aos executores meses antes do crime, segundo deleção feita por Ronnie Lessa à Justiça

Por Da Redação
26 mar 2024, 14h06
Ronnie Lessa
Ronnie Lessa: executor de Marielle queria controlar área nova na Zona Oeste (TV Record/Divulgação)
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A submetralhadora alemã utilizada para matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes foi entregue por milicianos de Rio das Pedras, na Zona Oeste do Rio, ao PM Edmilson da Silva Oliveira, o Macalé, intermediário da execução do crime. A informação foi dada à Justiça pelo ex PM Ronnie Lessa, em delação premiada. Acusado de ser o autor dos disparos que atingiram as vítimas, na noite de 14 de março de 2018, ele conta que recebeu a arma de Macalé. O intermediário foi morto por homens não identificados, em novembro de 2021. Segundo o relatório da PF, apesar de não haver nenhum brasão no armamento, ele foi possivelmente desviado de alguma força de segurança pública.

+ Caso Marielle: os próximos passos da investigação após prisão de mandantes

Ainda segundo Lessa, Macalé mantinha relação de amizade próxima com os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, desde o início dos anos 2000. Os dois são apontados na investigação da Polícia Federal (PF) como mandantes da morte de Marielle. Macalé prestava serviços para a contravenção e seria ligado ao Escritório do crime, como são conhecidos pistoleiros que prestavam serviços para milicianos e bicheiros. As informações são do jornal O Globo.

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Na delação, Lessa conta ainda que Macalé foi buscar a arma em Rio das Pedras quase um ano antes das mortes de Marielle e Anderson, em setembro de 2017. Junto do armamento, repassado a ele no mesmo mês e ano, vieram dois carregadores com munição e uma exigência: a de que a submetralhadora teria de ser devolvida após a execução, o que acabou não acontecendo num primeiro momento. O executor de Marielle acrescenta que sabia operar com este tipo de arma, por ter utilizado o equipamento quando trabalhou no Batalhão de Operações Especiais (Bope) da PM. Lessa também relatou que, por ser perito em armas, colocou nela um supressor de ruído, uma espécie de silenciador de disparos. E testou a submetralhadora fazendo disparos no terreno de um motel, em Jacarepaguá, na Zona Oeste.

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