Gringos in Rio

Nem só de visita ao Pão de Açúcar e tours pelas favelas cariocas é feito o roteiro dos estrangeiros que visitam a cidade. A seu dispor, os gringos têm oficinas de cultura brasileira, aulas de culinária e maratona de bares na Lapa

Por Louise Peres
Atualizado em 5 jun 2017, 14h41 - Publicado em 23 jan 2012, 16h34
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brasileirinho.jpg (Redação Veja rio/)
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Em períodos de alta temporada, as enormes filas para o trenzinho que leva ao Cristo Redentor fazem com que a espera para conhecer de perto uma das sete maravilhas do mundo moderno seja longa ? nesta segunda (23), ela chegava a três horas. E foi justamente um ponto ali perto, o Casarão Austregésilo de Athayde, o local eleito para sediar um empreendimento que busca dar ao público estrangeiro a oportunidade de vivenciar a nossa cultura. A escolha não foi aleatória. Instalar-se nas proximidades de pontos turísticos é um dos pilares do projeto Brasileirinho, que até março promove no casarão oficinas sobre a história, a linguagem e diversas manifestações culturais do país. ?Vivemos um momento de especial procura pela cultura brasileira por parte de estrangeiros em diversas partes do mundo. O Brasileirinho foi idealizado para suprir essa demanda?, explica Ana Paula Corazza, uma das idealizadoras e coordenadora do projeto. As aulas, ministradas em inglês, mesclam teoria e prática, sobre temas diversos da cultura nacional: capoeira, dança, ritmos brasileiros, como o frevo, o forró e o samba de roda, entre outros temas, com módulos para crianças e adultos. Cada aula tem duas horas de duração e custa quarenta reais. ?É uma maneira de, entre uma atração e um passeio, o turista ter contato e aprender sobre a nossa música, nossa arte, nossos costumes?, diz ela.

Atividades voltadas para estrangeiros que visitam o Rio têm ganhado força nos últimos tempos. Em 2009, incentivada pelo amigo e hoje sócio Cristiano Lemos, a chef Simone Almeida trocou a cozinha de seu bistrô por um ateliê onde ministra aulas de culinária brasileira a alunos gringos. Após participar de uma aula de culinária na Tailândia, ele propôs à amiga chef que replicassem o modelo aqui. A parceria deu origem ao Cook in Rio. Por 120 reais, o aprendiz participa de uma aula-degustação, em inglês, onde aprende não só a cozinhar, mas também entende o porquê de nossos hábitos alimentares tão peculiares. ?A melhor forma de se conhecer um povo, ou mesmo uma família, é indo à cozinha com ela?, assegura Simone, que é especializada em culinária brasileira. ?Mostro aos alunos porque comemos arroz e feijão todos os dias, porque o frango com quiabo é feito daquele jeito?, conta, citando um dos pratos ensinados e executados em classe.

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Engana-se quem pensa que a feijoada é campeã de pedidos do ateliê. É a moqueca de peixe o prato preferido dos aprendizes de mestre-cuca internacionais. Ao longo das quatro horas de aula, ela dá outras palhinhas do que se come e bebe por aqui: frita linguiça com aipim, prepara caipirinhas e batidas. O boca a boca deu notoriedade ao Cook in Rio, e este já está presente em guias de turismo famosos como o Lonely Planet e o Trip Advisor.

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Uma experiência no exterior também fez com que o administrador de empresas Yuri Chuva montasse no Rio um negócio que já funciona muito bem no exterior: uma maratona de bares ? ou pub crawl, no original em inglês. Após trabalhar por três meses em pub crawls na cidade de Amsterdam, onde viveu como intercambista, Chuva voltou ao Rio com a ideia de organizar aqui o Rio Night Crawl, uma maratona voltada para estrangeiros. O percurso não poderia ser outro: os botecos e casas noturnas da Lapa. ?Além de provar caipirinhas, beber cerveja nacional e ouvir muito samba, procuramos também falar da história presente nesses lugarejos da região?, conta Yuri Chuva. O roteiro, que privilegia bares em que o samba domina, acontece quatro vezes ao mês, toda sexta, e pode variar de acordo com o perfil do grupo. Por 50 reais (mulheres pagam 40 reais), o participante visita de 3 a 4 bares do bairro boêmio, com direito a até duas horas de bebidas liberadas na primeira parada, drinque grátis na segunda e entrada em casas de shows. A maratona acaba sempre em um point animado, com bastante música – brasileira, é claro.

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Cook in Rio

As aulas são ministradas pela chef Simone Almeida, de 5 a 6 vezes por semana, com 6 participantes por sessão. O curso é das 14h às 18h e custa R$ 120,00 por pessoa. O grupo pode optar por um dos seguintes pratos: feijoada, moqueca, frango no pequi, frango com quiabo. Mais informações em www.cookinrio.com

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Projeto Brasileirinho

As aulas começaram no dia 10 de janeiro e acontecem duas vezes por semana, até dia 30 de março. O programa completo soma 50 horas, sendo possível a participação diária (R$ 40,00), semanal (R$ 80,00) ou mensal (R$ 360,00). As aulas são ministradas por Ana Paula Corazza e Fábio Avellar, instrutor de cultura brasileira do Projeto Brasileirinho. Após a temporada no Casarão Austregésilo de Athayde, o grupo já negocia aulas na Casa de Cultura Laura Alvim – à beira da praia de Ipanema, outro dos principais pontos turísticos da cidade. Mais informações e programação completa dos módulos adulto e infantil em https://projetobrasileirinho.wordpress.com/

Rio Night Crawl

As maratonas de bares da Lapa comportam até 50 pessoas por edição, e custam R$ 50,00 (homem) e R$ 40,00 (mulher). O roteiro pode variar de uma edição para outra. Para participar, é preciso agendamento prévio por e-mail ou telefone. Mais informações em www.rionightcrawl.com

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