Aumento da passagem do metrô vira motivo de briga entre o governo e o TCE
Tribunal de Contas do Estado diz que a passagem atual já é mais cara do que deveria e reajuste é exagerado

A passagem do metrô ficará mais cara a partir do dia 12 de abril, passando de R$ 7,50 para R$ 7,90, e o aumento está gerando uma disputa entre a Secretaria Estadual de Transportes (Setram) e o Tribunal de Contas do Estado (TCE), por conta da metodologia do cálculo. O TCE diz que a tarifa atual já é R$ 1,70 mais cara do que deveria, e o órgão do governo afirma que o cálculo sugerido pelo tribunal tornaria o reajuste no bilhete ainda maior.
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O reajuste de 5,33%, previsto no contrato de concessão, segue o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Segundo a Setram, no entanto, existem negociações em andamento para que o metrô siga o mesmo caminho das barcas, onde os preços foram reduzidos. Vale salientar que os beneficiários da tarifa social continuarão pagando R$ 5,00 pela passagem no metrô.
Em 2024, o TCE-RJ apresentou relatório apontando que a passagem do metrô no Rio deveria custar R$ 5,80. A análise da corte foi feita após o deputado estadual Professor Josemar (PSOL) entrar com representação apontando irregularidades nos reajustes. A Setram, segundo o portal Tempo Real, explicou que, em 2023, o governo do estado negociou com a concessionária Metrô Rio a adoção do IPCA, mais baixo do que o IGPM no período. O IGP-M de 12 meses está em 8,44% e o IPCA, 5,06%, o que teria gerado um aumento maior para a população se fosse aplicada a regra do TCE.
Segundo a Setram, entre 2022 e 2024, o estado contribuiu com um desconto de R$ 0,30 para a redução da passagem, como informa o portal Tempo Real. A medida é diferente de um subsídio, como no caso das barcas e a secretaria estadual diz que há um novo contrato para o sistema metroviário, ainda em fase final de assinatura, que pode definir uma tarifa pública mais acessível.