Bairro imperial: livro conta em texto e imagens inéditas a história de São Cristóvão

Nome da região, à época alagadiça e de difícil acesso, foi inspirado em santo que, ao ajudar criança a atravessar um Rio, viu-a se materializar como Cristo

Por Paula Autran
Atualizado em 3 nov 2021, 10h23 - Publicado em 3 nov 2021, 10h22
Vista aérea do Pavilhão de São Cristóvão
São Cristóvão: Centro de Tradições Nordestinas é um dos ícones do Bairro Imperial. (Pedro Kirilos/Riotur)
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Quem passa por São Cristóvão não imagina o porquê de o bairro ter recebido o mesmo nome do santo nascido na Cananéia que certa vez, ao ajudar uma criança a atravessar um Rio, viu-a se materializar como Cristo e foi batizado de Cristóvão, que significa “o que que carrega Cristo”. Pois o povoamento iniciado em 1627, assim como a igreja dedicada ao santo ali erguida, chamou-se assim pelo fato de o local ser pantanoso, alagadiço e de difícil acesso. Na época, os pescadores amarravam as suas embarcações junto à porta de entrada para participar das missas.

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Esta e muitas outras histórias do bairro imperial – escolhido por por D. João VI para sediar o Palácio Real da Casa de Bragança, que foi mantido após da Independência do Brasil, tornou-se o Palácio Imperial, cercado de famílias nobres por todos os lados – estão no livro “São Cristóvão – bairro Imperial”, de Ana Borelli. Autora não apenas dos textos, mas das cerca de 40 ilustrações originais, ícones e mapas criados exclusivamente para a publicação, Ana aborda todos os ângulos da região, incluindo os principais acontecimentos que influíram em sua transformação urbana e econômica.

imagem mostra uma das 40 ilustrações originais, ícones e mapas criados por Ana Borelli exclusivamente para a publicação
Vista aérea: uma das 40 ilustrações originais, ícones e mapas criados por Ana Borelli exclusivamente para a publicação (./Reprodução)

Ali estão não apenas o Museu Nacional, em reconstrução após o incêndio que o destruiu em 2018, a Quinta da Boavista e o Bioparque. O bairro também é o endereço de outros museus, como o do Primeiro Reinado, o Militar Conde de Linhares e o de Astronomia e Ciências Afins. Sem contar o Centro de Tradições Nordestinas Luiz Gonzaga, projetado pelo arquiteto Sérgio Bernardes e popularmente conhecido como Feira de São Cristóvão.

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“Nesta publicação pude reunir com toda a liberdade minha experiência como editora, diretora de arte e ilustradora. Imergir em São Cristóvão, bairro que eu admiro por contar a história política, econômica e social da cidade do Rio de Janeiro, e que reúne construções de relevância arquitetônica de grande valor histórico, foi outro prazer imensurável”, conta Ana, que também assina o design gráfico dos dois últimos livros de Alfredo Sirkis (Descarbonário e Silicone XXI), com quem foi casada por mais de duas décadas.

“São Cristóvão – bairro imperial” é o primeiro de uma série de livros sobre bairros importantes do Rio. Os próximos serão sobre os bairros de Botafogo, Flamengo, Catete, Glória e Centro.

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