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Pé na pista, mão no copo! A onda das baratonas atléticas

Em tempos de confraternizações, os encontros ganham velocidade em corridas festivas que demandam fôlego, muita água e bom humor

Por Pedro Coutinho
5 dez 2025, 08h16 •
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Haja energia: o casal de advogados Charlotte Jonqua e Renato Perrotta se inspirou na ideia do administrador Sergio (Leo Lemos/Divulgação)
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  • É sempre assim. Dezembro chega e pipocam convites para confraternizações com amigos, colegas de trabalho e parentes, complicando a agenda de um mês naturalmente caótico. Uma ideia ousada, difundida pelas redes sociais, surge como opção para combinar celebração e treino.

    Há alguns meses, um vídeo viralizou ao mostrar dezenas de corredores “molhando a garganta” com um copo de cerveja gentilmente oferecido pelo Quiosque 883, na Praia de Boa Viagem, em Niterói, inaugurando uma espécie de “ponto de hidratação” alternativo. “Sou amigo de longa data do líder da equipe, o Felipe Duarte, então quis fazer essa brincadeira. O mais legal é que a galera aprovou”, diverte-se Dantas.

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    Do outro lado da ponte, a mistura inusitada entre álcool e exercício físico vêm fazendo a cabeça de atletas amadores que aproveitam para comemorar aniversários, reunir os amigos e gastar algumas calorias, tudo ao mesmo tempo. Frequentadores de regiões boêmias da cidade provavelmente já esbarraram em algum grupo agitado, uniformizado, literalmente correndo de um bar para outro. Essa moda foi batizada “baratona atlética”, uma versão esportiva das boas e velhas peregrinações etílicas muito comuns em despedidas de solteiro.

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    De Ipanema a Botafogo: a celebração do administrador Sérgio Lourenço teve até contagem de chopes. (Leo Lemos/Divulgação)

    Foi rolando o feed de uma rede social que o administrador Sérgio Lourenço teve a ideia de promover uma no seu aniversário de 39 anos. O circuito, de 10 quilômetros, se estendeu de Ipanema a Botafogo, com paradas estratégicas em dez bares, do Itahy, na Praça Senhora da Paz, ao Fuska, na Visconde de Caravelas.

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    “A cada pit stop a gente bebia um chope e uma água, assim deu para se recompor um pouco”, explica o corredor boêmio, que animou os convidados com funk ecoado numa caixinha de som. Motoristas de ônibus cumprimentavam os corajosos com breves buzinadas. Ao fim, uma dúzia de vitoriosos completou o desafio e uma dezena fugiu para a linha de chegada em carros de aplicativo.

    De Ipanema a Botafogo: a celebração do administrador Sérgio Lourenço teve até contagem de chopes.
    De Ipanema a Botafogo: a celebração do administrador Sérgio Lourenço teve até contagem de chopes. (Sérgio Lourenço/Arquivo pessoal)

    “Eu pensava ‘por que aceitei vir?”, mas depois até convenci outros amigos a celebrar dessa formaí”, relembra a jornalista Gabriella Garland, que foi até o fim. Os tênis e o fígado — de Gabriella voltaram a ser desafiados no aniversário de uma amiga e ela não titubeou.

    O ponto de encontro e o encerramento foram na Praça São Salvador, e a corrida de 5 quilômetros incluiu “hidratação” nos bares Mané, Isca, Labuta Mar e Adão. “Foi complicado convencer os convidados, mas expliquei que meu sogro, de 74 anos, seria o puxador do pelotão, então a ideia era ir bem devagarzinho”, conta a advogada Charlotte Jonqua, de 38 anos.

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    Quem completou o desafio ganhou até medalha. As “baratonas”, atléticas ou não, impulsionam a cultura do botequim carioca e movimentam os estabelecimentos. “Isso demonstra o potencial de integração entre o esporte e a gastronomia, desde que se mantenha uma organização que garanta a fluidez e a segurança para todos”, pondera Fernando Blower, presidente do SindRio.

    “Como estamos localizados no Boulevard Olímpico, somos bastante procurados por esses grupos e até oferecemos shots para brindarem”, aponta Evelyn Chaves, sócia do Al Farabi, no Centro.

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    Recompensa geladinha: os mixologistas Igor Renovato e Raí Mendes criaram a Surubartona para vencer a preguiça. (Walber Soares/Divulgação)
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    Tem evento que já virou anual: a corrida Surubartona, do Suru Bar, foi criada para incentivar quem trabalha na noite a se exercitar. “Tudo começou com quatro bartenders querendo sair do sedentarismo, mas a coisa foi tomando uma proporção além do que a gente imaginava”, diz Igor Renovato, sócio do Suru Bar. A edição de 2025 reuniu 180 pessoas, mas a bebida só foi liberada na linha de chegada, no Suru Bafo, irmão mais novo do charmoso reduto de paredes cor de rosa na Rua da Lapa. Uma bela recompensa.

    Motivada a cuidar da saúde após enfrentar um câncer renal em 2024, Flavia Cesar, diretora de licenciamento musical, de 51 anos, escolheu iniciar mais um ano de vida juntando amigas para… Correr. “Foram só mulheres compartilhando algo legal numa manhã de domingo, muitas pela primeira vez”, empolga-se. O importante é ter a oportunidade de estar perto, comemorando com moderação, é claro.

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    Beba bastante água. O aumento de produção de urina, causado pelo consumo de álcool, e a transpiração durante o exercício físico podem causar desidratação.

    Fique de olho na previsão do tempo. Ninguém quer ser pego de surpresa por um temporal numa comemoração desse quilate.

    Teste o trajeto. Conhecer os obstáculos da rota — ciclovias e túneis, por exemplo — e o nível de dificuldade do percurso facilita a vida do participante.

    Tome cuidado com o trânsito. O Rio tem várias pistas ideais para a corrida, então é preciso priorizar a segurança.

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    Beba com moderação. Afinal, o objetivo é se divertir, e não passar mal.

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