Barco autônomo entrará em funcionamento nas lagoas da Barra
Nova embarcação com sistema elétrico é semelhante a barcos que já operam em outras cidades do mundo, como Amsterdã, na Holanda
A partir de dezembro deste ano, está previsto o uso de um novo transporte autônomo ecológico para transladar passageiros pelos canais de água do Rio. Batizado de Arya, o barco é desenvolvido pela Hurb Labs, parte da plataforma de viagens Hurb, em parceria com a empresa latinoamericana Tide Wise, líder no segmento de barcos autônomos.
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O percurso deverá ser feito entre a estação de metrô Jardim Oceânico e a Península da Barra, onde fica a sede da Hurb, e será disponibilizado inicialmente para os funcionários da empresa. Cada translado terá duração por volta de 20 minutos, com capacidade para quinze pessoas. A ideia é, em breve, expandir a operação dos Aryas para outros locais turísticos e polos importantes da cidade, como a Lagoa Rodrigo de Freitas e a Baía de Guanabara.
Com ar futurista, o modelo de barco autônomo será o primeiro em operação no Brasil. Em outras cidades do mundo, outras embarcações similares já possuem funcionamento, como o Roboat, em Amsterdã, na Holanda. Essa forma inovadora de embarcação pode ser operada localmente ou remotamente, com o uso da automação nas execuções repetidas.
Segundo os idealizadores do projeto, o barco será uma nova opção de mobilidade urbana com capacidade de poupar o tempo das pessoas, por meio de trajetos mais ágeis, além de ser um transporte que não emite gases poluentes, por ter um sistema 100% elétrico.
“O transporte pelo modal aquaviário proporcionará uma experiência flexível e criativa, com uma navegação em meio à natureza das lagoas da Barra da Tijuca. Além da comodidade, a iniciativa é totalmente sustentável e vai chamar a atenção para a questão da preservação ambiental”, diz João Ricardo Mendes, fundador e Co-CEO do Hurb.
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Serão também instalados painéis fotovoltaicos tanto na embarcação quanto no píer da atracação para recarregamento das baterias, reduzindo o impacto ambiental da iniciativa. Durante a navegação, a tecnologia utilizará ainda métodos de Inteligência Artificial (IA) para detectar o óleo e a poluição na água.
Com o uso de sensores a laser (LiDAR), radares e sistemas de câmeras, as embarcações podem navegar nas mesmas vias de embarcações convencionais. A comunicação do barco é feita via satélite, conexão 4G, ou link de rádio com alcance de até 18 quilômetros, o que possibilita o monitoramento e controle do barco à distância. Diferentes sensores coletam dados ambientais a cada percurso, permitindo que o barco opere em condições climáticas diversas.
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“Estamos aplicando toda a experiência de trabalho offshore nacional e internacional para tornar mais segura a viagem dos passageiros. Nós colaboramos com a Marinha do Brasil para a construção do primeiro regulamento provisório para operações de embarcações autônomas.”, afirma o engenheiro naval e especialista em embarcações autônomas Rafael Coelho, CEO da TideWise.