Barrados na Feira da Glória vão trabalhar na Praça Paris neste domingo (20)
Evento será teste de viabilidade de uma nova operação para abrigar cerca de 80 feirantes que trabalhavam sem licença no local

A Praça Paris vai ser a nova casa de cerca de 80 feirantes sem licença, à frente de barracas de comida, que superlotavam a feira da Glória aos domingos. De acordo com Alberto Szafran, subprefeito do Centro, os barraqueiros que não puderam expor na Avenida Augusto Severo no último fim de semana, serão realocados neste domingo, para testar a viabilidade da nova operação.
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“Chamamos os expositores para conversar. Vamos tirar essa parte da feira que estava extrapolando e colocar dentro da Praça Paris. Dar cidadania e colocar essas pessoas dentro de outro espaço público. O que aconteceu foi em decorrência de uma má ocupação que estava acontecendo. Fizemos um cadastro, identificamos quem são os expositores. Vamos fazer um evento-teste e eles se responsabilizarão pela limpeza da praça”, disse o subprefeito ao GLOBO.
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A Praça Paris já é palco de eventos gastronômicos, como o Carioquíssima na Roça, que acontece em junho. Se a operação funcionar, os egressos da Feira da Glória passarão a ocupar o local semanalmente.
“Existem feiras realizadas por meio de decreto e outra que são autorizadas através de um expediente da prefeitura, de forma provisória. É uma ferramenta utilizada para não dar uma anuência permanente (a um evento) sem a certeza de que vai dar certo. Como acontece na Feira da Amurada, por exemplo. Vamos primeiro testar a aplicabilidade dessa ideia e, depois, com tudo alinhado, avaliamos se vamos dar o expediente de consulta prévia ou se vai haver um decreto regularizando a nova feira gastronômica”, afirmou Alberto.
A proposta tem por objetivo pretende resolver uma crise que está prejudicando a reputação da maior feira livre do Rio. O crescimento sem regulamentação acabou por afugentar fregueses locais, deixar o bairro engarrafado e caótico, além de incomodar feirantes regularizados, que alegam prejuízo de cerca de 20% com a concorrência desleal.
“Todo domingo o número de barracas aumenta nitidamente. Elas ficam em cima de rampa de cadeirante, e o ponto de ônibus fica cheio de mesas, cadeiras, até moto. Não dá mais para andar na feira”, disse ao GLOBO Bruno Vieira, morador e integrante da associação dos moradores da Glória.
Ele acredita que a ação de fiscalização na feira foi necessária. Para ele, objetivo não é prejudicar os trabalhadores, mas assegurar o ordenamento do espaço.
“Se houver consciência coletiva e organização, não vai mais precisar de operação. A Glória tem espaço para todo mundo, desde que a casa esteja em ordem”, resumiu Bruno.