Carinhosamente chamado de Bip pelos mais assíduos, o boteco em Copacabana é um endereço de idiossincrasias. A começar pela sua data de nascimento, em 13 de dezembro de 1968, o dia da promulgação do Ato Institucional nº 5 pelo regime militar. Outra: apesar de seu ponto forte ser a programação musical, que por sinal o levou a ganhar com folga o prêmio nessa categoria, lá não se cobra couvert artístico. O bar gira em torno de seu dono, o figuraça Alfredo Jacinto Melo, o Alfredinho, famoso pela generosidade e também pelas broncas que dá nos próprios clientes quando o burburinho ameaça atrapalhar os instrumentistas. Iniciativa dos cantores Elton Medeiros e Cristina Buarque de Holanda, a roda de samba começou na calçada. Devido à reclamação dos vizinhos, a solução foi pôr os artistas dentro do acanhado estabelecimento e o público do lado de fora. Para não fazer muito barulho, é proibido aplaudir. Em vez de bater palmas, a plateia estala os dedos. Sempre na camaradagem, lá já se exibiram Beth Carvalho, Paulão 7 Cordas e Moacyr Luz, entre muitos outros. Domingo e segunda são dedicados ao samba, e terça, ao choro, em roda comandada pelo cavaquinista Sérgio Prata, craque em Jacob do Bandolim. Outra peculiaridade local: com exceção de domingo, são os próprios clientes que pegam no freezer as latas de Itaipava (R$ 3,00). Os três petiscos disponíveis são mais para constar: bolinho de bacalhau (R$ 14,00, quinze unidades), salaminho (R$ 14,00, 100 gramas) e quibe (R$ 13,00, quinze unidades).
Rua Almirante Gonçalves, 50, loja D, Copacabana, ? 2267-9696 (20 lugares). 19h/1h. Aberto em 1968.