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Briga pela gestão acende debate sobre a revitalização Sambódromo

A Liesa afirma que os desfiles na Marquês de Sapucaí dependem da parceria de todos os entes do poder público

Por Elisa Torres
25 jul 2025, 08h02
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No centro das tensões: prefeitura e o governo do estado travam disputa pela Avenida, mirando as eleições de 2026 (Tata Barreto/Riotur)
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Palco do maior espetáculo a céu aberto do mundo, a Marquês de Sapucaí voltou ao centro do noticiário a oito meses do feriado de Momo. O motivo está longe de ser o esplendor das escolas de samba, mas uma queda de braço entre repre­sentantes da prefeitura e do governo do estado, que já começaram a se articular para as eleições de 2026 e veem na gestão do Sambódromo um forte ativo.

A disputa ganhou con­tornos jurídicos quando a Assem­bleia Legislativa (Alerj) aprovou, no final de junho, uma lei que transferia a gestão do equipamento do município para o estado.

A mudança, po­rém, foi suspensa no dia 17 de julho, por uma liminar expedida pelo de­ sembargador Benedicto Abicair, atendendo a uma ação movida pelo prefeito Eduardo Paes. “O Carnaval do Rio é carioca, e essa decisão faz valer as instituições”, comemorou o vice-prefeito, Eduardo Cavaliere, que ainda criticou alguns setores da Alerj, responsáveis, segundo ele, por derrubar o veto do governador Cláu­dio Castro e promulgar a lei. “Para ser elegante, a condução foi pouco institucional”, alfinetou. A Assem­bleia Legislativa, por sua vez, afir­mou que vai recorrer do veredito.

O impasse reacende a discussão sobre o futuro da Passarela do Samba, idealizada pelo arquiteto Oscar Niemeyer (1907-2012) e inaugurada em 1984, durante o primeiro manda­to de Leonel Brizola (1922-2004) como governador. A esfera estadual defende que a Sapucaí retorne à sua administração, sendo explorada para além do Carnaval. Já a prefeitura ar­gumenta que o espaço foi cedido ao município ainda na década de 1980, quando a Liga Independente das Es­colas de Samba (Liesa) assumiu a organização da festa.

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Além disso, o poder municipal pondera que uma possível transferência travaria con­ tratos e comprometeria a preparação dos desfiles de 2026. Patrimônio na­cional, o complexo arquitetônico abriga o Complexo Escolar Municipal (CEM) Avenida dos Desfiles, atendendo 731 alunos, mas é inegável que um dos símbolos da cultura brasileira mereça vida além das noites de folia.

“O Sambódromo é grandioso demais para ser apenas o palco do ‘maior espetáculo da Terra’. Ele precisa se transformar em um lugar de memória, educação e cidadania durante todo o ano”, atesta o professor de história do Brasil da Uerj e da UFF Marcus Dezemone.

Enquanto a Justiça não dá a palavra final, a prefeitura, por meio da Riotur, informa que trabalha em um projeto de requalificação cultural e urbana da Praça XI. A proposta tem duas características centrais: a revitalização da Marquês de Sapucaí e a demolição do Elevado 31 de Março.

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As intervenções pretendem transformar o local em polo turístico, incluindo a criação de um novo Museu do Carnaval, além de espaços para visitação e melhorias no acesso e no trânsito do entorno. A obra prevê a recuperação dos painéis de azulejos de Athos Bulcão (1918-2008) e Marianne Peretti (1927-2022) na Apoteose.

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Novo cenário: projeto de revitalização capitaneado pela esfera municipal prevê a derrubada do Elevado 31 de Março (./Prefeitura do Rio de Janeiro)

Segundo o deputado Rodrigo Amorim, autor do projeto e líder do governo na Alerj, o Sambódromo é um bem de interesse estadual e a gestão pelo governo do estado é necessária para fortalecer o espetáculo, considerado patrimônio cultural fluminense.

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Procurada por VEJA RIO, a Liesa afirma que a festa depende da parceria de todos os entes do poder público. “É impossível imaginar o nosso trabalho sem a força da CET-Rio, do Centro de Operações, da Guarda Municipal, da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros”, defende o presidente da liga, Gabriel David. A despeito das desavenças políticas, o Rio merece se orgulhar do palco do Carnaval ao longo de todo o ano.

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Panos quentes: Gabriel David, à frente da Liesa, afirma que o espetáculo depende da união dos poderes (Dani Dacorso/Veja Rio)
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