Rio está entre as três capitais com mais trabalhadores em home office
Percentual de brasileiros em home office cai para 11,7% em julho
Cerca de 300 mil pessoas deixaram o trabalho remoto em julho, o que reduziu de 12,7% para 11,7% o percentual de brasileiros em home office, mostra pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgada nesta terça (21) a partir de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com a redução, aumentou a participação de brancos e mulheres entre os 8,4 milhões de pessoas que continuaram trabalhando de casa.
A pesquisa mostra que, em maio, 63,7% dos trabalhadores em home office eram brancos, percentual que subiu para 63,8% em junho, e para 64,5% em julho. Desta forma, entre a população preta e parda, o percentual começou em 34,3% em maio, subiu para 34,4% em junho e caiu para 33,8% em julho. Se considerado todo o potencial de teletrabalho no país, 58,3% das vagas são ocupadas por brancos, e 41,7%, por negros.
+Para receber VEJA Rio em casa, clique aqui
As mulheres eram, em maio, 53,6% dos trabalhadores em home office, segundo o Ipea. Essa participação cresceu para 55,5% em junho, e para 55,7% em julho. Entre as vagas que poderiam funcionar na modalidade home office, segundo a metodologia da pesquisa, 58,5% são ocupadas por mulheres, e 41,5%, por homens.
As maiores disparidades encontradas pela pesquisa, entretanto, estão nos níveis de escolaridade e na diferença entre trabalho formal e informal. Entre as pessoas que estavam em home office em julho, 84,1% ocupavam uma vaga formal, e 73,5% tinham nível superior.
A distribuição etária das pessoas em teletrabalho também mostra percentuais desiguais: 1,1% tinha entre 14 e 19 anos; 22,1%, entre 20 e 29 anos; 32,1%, entre 30 e 39 anos; 24,4%, entre 40 e 49 anos; 14,8%, entre 50 e 59 anos; 5,4%, entre 60 e 69 anos; 1%, entre 70 e 79 anos; e 0,1%, com 80 anos ou mais.
+Witzel: Alerj conta prazo de 48 horas para levar impeachment ao plenário
Desigualdades regionais
As unidades da federação com maior percentual de trabalho remoto são Distrito Federal (25,2), Rio de Janeiro (19,1%), São Paulo (16,8%) e Paraíba (12,7%). Esses são os estados acima da média nacional de 11,7% de trabalhadores em home office. Por outro lado, Pará (3,1%), Maranhão (4,3%) e Mato Grosso (5,2%) têm os menores percentuais.
Entre todas as regiões brasileiras, o Sudeste possui o maior percentual de trabalhadores em home office, com 14,9%. Esse percentual era de 17,2% em maio, e vem caindo desde então. No Norte, o teletrabalho era de 7,1% no início da pesquisa e chegou a 4,7% em julho. A única região em que o teletrabalho avançou em julho foi o Sul, onde o percentual subiu de 9,9% em junho para 10,2%.
+Equipamentos culturais da prefeitura começam a ter luz religada
Pouco mais que a metade (51%) dos trabalhadores brasileiros em home office é classificada pela pesquisa como profissionais das ciências e intelectuais. Os outros grupos mais presentes são trabalhadores de apoio administrativos (11%), técnicos profissionais de nível médio (9%) e diretores e gerentes (8%).
Quando cada uma dessas categorias é analisada, a pesquisa mostra que os profissionais das ciências e intelectuais em teletrabalho representavam, em julho, 40,1% do total dessas categorias. Entre diretores e gerentes, essa fatia é de 22,8% e, entre trabalhadores de apoio administrativo, de 15,7%.
+Mantida presa, Cristiane Brasil desiste de disputar a prefeitura
A pesquisa mostra também que o setor público (30,5%) e o setor de serviços (13,7%) têm os maiores percentuais de trabalho remoto. Comércio (4,8%), indústria (4,6%) e agricultura (0,9%) apresentam percentuais menores.