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Cariocas 60+ provam que vigor, paquera e noitada não têm idade

Psicóloga explica que a maturidade traz uma clareza maior sobre desejos e o que é bom evitar nos relacionamentos

Por Luiza Maia
4 jul 2025, 06h15
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Festa Kikando: a organizadora empreendeu uma busca ativa de homens (Ricardo M R Pereira/Divulgação)
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O dia do médico Roberto Katz começa cedo: antes das 6h da manhã ele corre pela orla do Leblon. A rotina segue com atendimentos e uma série de exames de colonoscopia e endoscopia realizados em sua clínica. Quando o sol se põe, o gastroenterologista de 68 anos — divorciado há dezoito — pendura o jaleco e encarna o lado festeiro.

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Nessas ocasiões, ele vira o Bob, figura conhecida nos bares, restaurantes e festas da Zona Sul. Às quartas, é fácil encontrá-lo no restaurante Guimas, no Baixo Gávea, festivo ponto de encontro da turma grisalha em busca de boa conversa e troca de olhares. Aos fins de semana, o destino é a pista de dança. Nas noites de curtição, ele reencontra amigos da mesma faixa etária, que seguem esbanjando energia.

“Quando me formei, em 1980, um paciente de 75 anos era considerado muito velho. Mas a terceira idade mudou”, afirma Katz. “A gente dança, viaja, ama e paquera, é claro”, completa. Com o aumento da expectativa de vida e uma geração mais conectada ao autocuidado, à liberdade sexual e à autonomia, o flerte e o namoro entre os maduros deixaram de ser um tabu.

Segundo a psicóloga Fernanda Carmagnanis, especialista em envelhecimento, a maturidade traz uma clareza maior sobre as vontades e o que é bom evitar nos relacionamentos. “O desejo, inclusive, pode tornar-se mais intenso, porque conhece-se melhor o corpo”, afirma a profissional.

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A segurança emocional se reflete também nas formas com as quais os 60+ se relacionam. Plataformas como Tinder, Happn, Facebook Namoro, Bumble e Inner Circle, além de apps voltados especialmente ao público mais vivido, como Coroa Metade, OurTime e DateMyAge, são aliados providenciais para fazer novas conexões, sejam casuais ou sérias.

“As mulheres costumam ter mais confiança para dizer não. Há menos tempo para joguinhos e mais apetite para viver algo verdadeiro”, reforça a psicóloga.

Se os aplicativos facilitam a busca por um novo par, os fervos também se firmam como importantes espaços para fomentar encontros. Pensando em criar um evento acolhedor, a jornalista, escritora e influenciadora digital Kika Gama Lobo, 60, pôs de pé a Kikando, no Vista Bar, no Jardim Botânico. A inspiração foi a sueca Madeleine Månsson, conhecida como DJ Gloria, que aos 81 anos comanda uma balada exclusiva para 50+, começando às 18h.

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Apesar do sucesso na estreia, Kika notou uma escassez de homens na pista, o que a levou a uma busca ativa. “Deu certo. Hoje o perfil é equilibrado e tem até 70+. Vejo beijos incandescentes na pista”, comemora.

Para muitos frequentadores, como a empresária Priscila Bentes, 65, a Kikando vai além da paquera: é um espaço de liberdade e conexão. Ela costuma ir acompanhada do marido, mas garante que a azaração faz parte. “Dar uma flertada também é gostoso, sem traição. Meu marido já foi sozinho a uma edição e está tudo certo. É bom se sentir desejado”, revela.

Na hora de escolher uma noitada, a geração prateada também leva em consideração a acessibilidade e a possibilidade de se sentar entre uma música e outra. “O público quer aproveitar e curtir música boa além do flashback, mas o conforto é fundamental”, afirma o DJ Marcelo Janot, 55 anos, à frente da festa Terapia, também no Vista Bar.

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Marcelo Janot: conforto do público vem em primeiro lugar (Laura Marques/Divulgação)
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“Às 22h a pista já está cheia. Afinal, muita gente acorda cedo no dia seguinte”, conta a jornalista Renata Araújo, que promove a You Must Dance! no mesmo espaço.

Depois de participar de um jantar entre desconhecidos promovido pelo app Timeleft em 2024, Beto Carioca, 63 anos, decidiu criar um grupo de WhatsApp, batizado de Infinight, para reunir uma galera animada. A iniciativa já conta com 500 participantes, entre 35 e 70 anos.

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“Tenho mais disposição que meu filho de 17 anos”, diverte-se o empresário. Com uma programação robusta e uma forte rede de contatos, quem há muito deixou a juventude mas não deixa de celebrar a vida comprova: a noite segue sendo uma criança.

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Pŕoximas festas: o calendário da noite prateada (./Veja Rio)
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