Cariocas enfrentam dificuldades para marcar testes de Covid-19 na rede privada
Diante do alto número de casos no município, período para marcação de exames passa de cinco dias
Assim como no Sistema Único de Saúde (SUS), a procura por testes de diagnóstico de Covid-19 nos laboratórios particulares também teve um aumento exponencial nos primeiros dias do ano, com a entrada no Brasil da variante Ômicron do novo coronavírus.
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No Rio de Janeiro, a população precisa enfrentar longas filas por ordem de chegada nos centros de saúde municipais ou tentar a sorte várias vezes para conseguir agendamento on-line na rede de apoio da Secretaria de Estado de Saúde (SES).
Na rede privada, os procedimentos são diferentes, pois os planos de saúde exigem um pedido médico para autorizar a realização do teste, mas a demora no atendimento não está muito distinta.
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Morador de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, o geofísico Pedro Pesce está com sintomas de Covid-19 desde sábado (8) e sua esposa, Marina, desde sexta (7), assim como a filha do casal, Letícia, de 5 anos. A família optou pelo teleatendimento, modalidade criada no Brasil durante a pandemia e que teve um aumento expressivo neste começo de ano.
“A Marina conseguiu fazer um teleatendimento pelo aplicativo do Bradesco no sábado, entrando na fila. Ela estava na posição 270 e algumas horas depois ela conseguiu a consulta. Conseguimos no mesmo dia com uma espera longa, mas em casa, atendimento tanto pra ela quanto pra mim. Para Letícia, a gente conseguiu pelo Einstein para várias horas depois o atendimento de pediatria”, explica Pedro.
De acordo com ele, o teste foi marcado para cinco dias depois da consulta, também por meio de aplicativo para smartphone.
“A gente conseguiu marcar o da Marina pelo aplicativo do Beep Saúde, que eles vêm em casa, no próprio dia 8, a gente conseguiu pra eles virem aqui no dia 13. Ontem eu fui marcar o meu, mas só tinha data disponível a partir do dia 17. Liguei lá e falei que a pessoa já viria aqui, se ela não poderia pegar as duas amostras. Mas a atendente me explicou que eles estão sem insumos para fazer o teste PCR, que qualquer exame marcado a partir do dia 9 pelo aplicativo deles teria que ser cancelado ou adiado”.
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Além disso, Pedro relata ter sido informado que os exames estão demorando cerca de sete dias para retornar o resultado, quando o prazo em muitos casos era de apenas um dia. Ele disse que também teve dificuldade para encontrar remédios antigripais nas farmácias, assim como termômetro e soro fisiológico.
“Outro detalhe, tentando comprar remédios nas farmácias e um termômetro, precisei passar em quatro farmácias, com muito custo conseguimos um Tylenol Sinus na farmácia do Leme, a última casa. E não conseguimos comprar soro para lavar o nariz. O esquema do termômetro eu pedia e eles falavam tem esse aqui de infravermelho que custa R$ 200, mas só esse. Muito doido”.
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Laboratórios
A reportagem da Agência Brasil entrou em contato com a Beep Saúde para ter informações sobre os prazos para a realização do teste de Covid-19, mas não obteve retorno.
O Grupo Fleury, responsável pelas redes de laboratório Labs, Lafe e Felippe Mattoso, informou que do dia 20 dezembro para 8 de janeiro houve aumento de até cinco vezes na quantidade de exames RT-PCR realizados nas unidades do Grupo, com a positividade passando de 5% para 52% no mesmo período.
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“Ciente de que há intensa circulação viral neste momento e de que o expressivo aumento de demanda por testes diagnósticos tem potencial para impactar o mercado de insumos, o Grupo Fleury segue atendendo seus clientes com rigorosa gestão de suprimentos e da sua capacidade de processamento, a fim de evitar desabastecimento e ruptura no oferecimento dos exames”, informou por nota.
O Grupo Dasa, responsável pelas redes Bronstein, Lâmina e Sérgio Franco, informou que não há falta de insumos, mas que há priorização para atender pacientes internados e profissionais de saúde.
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“Em decorrência do aumento expressivo de procura por testes diagnósticos de covid-19 e Influenza A, no Rio de Janeiro, os laboratórios Sérgio Franco, Lâmina e Bronstein reorganizaram temporariamente o seu estoque frente à demanda global pelos insumos para priorizar os atendimentos dos pacientes internados e dos profissionais da área de saúde e de serviços essenciais”.
O grupo também informa que o prazo para marcação e resultado aumentou por causa do aumento da demanda.
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“Em relação aos resultados de exames, foram ampliados os prazos de entrega, mantendo a transparência e informando aos pacientes por meio de comunicações diretas e disponíveis nos canais proprietários da marca. Com isso, os laboratórios Sérgio Franco, Lâmina e Bronstein reafirmam seu compromisso em atender com excelência e qualidade técnica seus pacientes, atuando incansavelmente para normalizar as operações o mais rápido possível”.