Carolina Aragão comanda um projeto social no Jardim Gramacho

Além de promover ações pontuais, empresária e ex-jogadora de vôlei de praia vai implementar uma escolinha de futebol

Por Heloiza Gomes
Atualizado em 5 ago 2017, 11h57 - Publicado em 5 ago 2017, 11h57
“Sempre pensei que não faz sentido ganhar dinheiro e não deixar nada para a sociedade” (Felipe Fittipaldi/Veja Rio)
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Há três anos, o ex-goleiro alemão e atual jogador de futevôlei Mo Obeid desembarcou no Brasil com o objetivo de implantar no país o projeto social Kids of Rio, que promove a educação e a inclusão social de crianças de baixa renda através do futebol. Ele tentou instalar a organização na Cidade de Deus, mas não conseguiu ir à frente por causa da violência. Sugeriram-lhe o morro da Babilônia, na Zona Sul, mas o atleta queria um local ainda mais carente. Foi aí que cruzou com a empresária Carolina Aragão, ex-jogadora de vôlei de praia e bicampeã mundial na categoria, justamente numa partida. Ao saber das intenções do alemão, ela não teve dúvida e se juntou a ele imediatamente. “Sempre pensei que não faz sentido ganhar dinheiro e não deixar nada para a sociedade. Meu sonho era fazer o bem todo dia”, explica Carolina, dona da agência de marketing digital Quero Somar.

O encontro dos atletas se deu no momento certo. Carolina, que já pretendia realizar um trabalho social no Jardim Gramacho, em Duque de Caxias, levou Obeid para conhecer o local. “Ele se apaixonou, e, com isso, estamos há um ano e meio desenvolvendo o projeto”, conta a empresária. Nesse período, a dupla promoveu ações pontuais como a distribuição de uniformes de times internacionais, chuteiras, lanches e, é claro, partidas de futebol. Mas, agora, a coisa ficará ainda mais séria. “Compramos uma casa e, daqui a dois meses, vamos implantar oficialmente uma escolinha de futebol, com aulas duas vezes na semana. Será a Casa de Esporte”, adianta Carolina, que comanda o projeto, já que Obeid mora na Alemanha e só vem ao Brasil a cada quatro meses.

Para manter a iniciativa, que assiste cerca de sessenta crianças, de 4 a 12 anos, Carolina reserva 1% da receita proveniente das contas que atende em sua agência, promove campanhas de arrecadação de material esportivo e recebe doações financeiras. Mas o esforço vale a pena. “Nós viramos crianças com eles”, garante a empresária, que já pensa em expandir o projeto, com a inclusão de mais duas casas. “A segunda será multidisciplinar, misturando artes e esporte, e a terceira terá foco em gastronomia, para atingirmos as mães dos meninos também”, planeja Carolina. “O importante é fazer com que eles levem as lições do esporte para casa, adotem uma alimentação saudável, entendam que todos têm valor. Hoje, para eles, tudo é lixo, e não se colocam mais na posição de gente”, lamenta.

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