Caso Marielle: “Assassinos não se arrependeram”, afirmam promotores

Os réus, Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, foram chamados pela promotoria de "sociopatas"

Por Redação
31 out 2024, 15h24
Julgamento: especialistas calculam pena de 30 anos para os assassinos (Internet/Reprodução)
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O segundo dia de julgamento dos assassinos confessos de Marielle Franco e Anderson Gomes começou nesta quinta (31), com os promotores apresentando suas alegações durante 2h30, antes das defesas de Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz.

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Os promotores expuseram ao júri consultas realizadas pelo assassino Ronnie Lessa, incluindo buscas de endereços, informações de pessoas e documentos próximos à Marielle Franco, e o promotor Fábio Vieira reforçou que os réus não demonstraram arrependimento. Eles optaram pela delação premiada após as evidências os apontarem como executores do crime.

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“Para eles não importou a vida, eu estou contratado pra matar Marielle por dinheiro, se eu tiver que matar dois, três, não importa, se eu tiver que usar uma arma de alta potência lesiva, não importa, porque eu quero isso no final das contas”, disse o promotor. “Eles não estão arrependidos, e sim tristes de terem sido pegos. Em nenhum momento confessaram por vontade própria, o que só ocorreu quando as provas chegaram à conclusão de que os executores eram eles e não havia outra opção. Confessaram porque isso vai beneficiá-los de alguma forma“, afirmou, chamando os réus de “sociopatas”.

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O promotor Eduardo Moraes Martins explicou ao júri que o acordo de delação prevê uma pena de 30 anos de prisão para os assassinos confessos. “Talvez seja um dos acordos mais rígidos feitos no Brasil. Não vamos reduzir a pena. Não vão sair daqui para cumprir 10, 20 anos. Se faltando um mês para o fim da pena, cometerem uma infração mínima, terão que cumprir a pena toda,” afirmou.

A promotoria argumentou que os réus tinham a intenção de matar todos os ocupantes do veículo, diferente do que alegaram em depoimento, onde afirmaram que o alvo seria apenas Marielle, e que Élcio Queiroz não teria intenção de matar ninguém. A promotoria apresentou elementos da investigação para corroborar essa tese, incluindo a trajetória das balas e a proximidade dos carros no momento do ataque.

“Foram 14 tiros, pelo menos, que atingiram o carro. Ronnie testou a arma antes, deu uma rajada curta, de quatro a cinco disparos. Se eu quero matar apenas Marielle, porque sou bom atirador, por que não posiciono o carro atrás e aponto só para Marielle? Por que ele não atira apenas para trás? Por que escolhe varrer o carro de um lado ao outro? Porque ele quer matar todo mundo“, afirmou o promotor.

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Durante a sessão, o promotor detalhou as qualificadoras do crime. A primeira qualificadora, segundo ele, é o motivo torpe: o assassinato de Marielle Franco foi motivado pelo fato de ela ser vereadora, cuja atuação política prejudicava as atividades criminosas de Ronnie Lessa e Élcio Queiroz.

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