A causa da morte de centenas de peixes em complexo lagunar na Zona Oeste
Dragagem do Rio, marcada para dezembro, poderia ter evitado o acidente ambiental em Jacarepaguá
Foi triste o cenário encontrado pelo biólogo Mário Moscatelli no Complexo Lagunar de Jacarepaguá, próximo ao Parque Olímpico, na Zona Oeste, com centenas de peixes mortos cobrindo a superfície na terça (21). Mário afirma que o lançamento de esgoto sem tratamento e o calor extremo estão entre as causas para a mortandade. O biólogo explica que a falta de oxigênio na água vem da proliferação de gases do fundo da lagoa, como metano e gás sulfídrico.
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Com o aumento da temperatura, as chuvas e o vento, parte do material orgânico, proveniente do esgoto sem tratamento lançado no Complexo, se desprendeu a causou os gases tóxicos. “É a receita perfeita para exterminar a vida nas lagoas“, diz Mário.
Em nota, o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) confirmou que a queda na oxigenação da água, associada à alta temperatura do ambiente e o carreamento de matéria orgânica no corpo hídrico em função das chuvas ocorridas nos últimos dias, são fatores que podem ter contribuído para a mortandade de peixes no local. A maioria dos peixes mortos é composta de tilápias, espécie exótica que não aguentou a pressão ambiental.
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Em junho de 2023, o governo do estado concedeu licença ambiental para a concessionária Iguá Saneamento fazer a dragagem do Complexo Lagunar. A empresa reafirmou o compromisso com as metas e investimentos estabelecidos no contrato de concessão para melhora ambiental do sistema lagunar. A dragagem só terá início em dezembro, segundo a Iguá, com o destinado à estação de tratamento.