Avatar do usuário logado
Usuário
OLÁ, Usuário
Ícone de fechar alerta de notificações
Avatar do usuário logado
Usuário

Usuário

email@usuario.com.br

Já ouviu falar em cohousing? Modelo de moradia é alternativa para os 60+

Formato consolidado na Europa une pessoas maduras em busca de companhia e vida ativa

Por Renata Busch
3 out 2025, 08h18
cohousign-amigas
Tudo junto e misturado: para viver mais e com qualidade, é necessário combater o isolamento e a consequente depressão (Martinns/Getty Images)
Continua após publicidade

Viver ao lado de amigos que se apoiam no dia a dia, sem depender da ajuda dos filhos. Esse era o ideal da arquiteta Cristiana Carvalho, 69 anos, moradora do Humaitá, para quando envelhecesse. A vontade virou um plano em 2019, quando ela se conectou pelas redes sociais a um grupo interessado no conceito de cohousing.

O termo, cunhado em 1985 pelo americano Charles Durrett, após anos de pesquisa na Dinamarca – país onde o movimento nasceu nos anos 1970 – é a versão atualizada das comunidades nas quais crianças e idosos eram cuidados por todos.

+ A atitude de Carlos Burle diante da emergência climática

“O primeiro encontro da turma foi dedicado ao estabelecimento das relações. Com a pandemia, as conversas se tornaram virtuais e o grupo foi diminuindo. Só em 2022 pudemos buscar o terreno e dar sequência ao projeto”, lembra Cristiana, futura habitante da Vila Puri, localizada a duas horas da capital fluminense, na área rural de Brejal, no distrito de Posse, em Petrópolis, região serrana.

O que diferencia o cohousing de outros modelos de moradia é que o bom relacionamento é o ponto central. Por isso, a afinidade é o critério que vai definir se alguém será aceito pelos vizinhos.

Quem compra uma casa em um condomínio, por exemplo, tem direito ao imóvel, à terra que ele ocupa e não precisa dar satisfação. Além disso, nas áreas de lazer em comum, não é necessário se relacionar com os outros para frequentar.

Continua após a publicidade

+ Em meio à fase reggae, Iza confidencia sonho que não tem a ver com música

no cohousing, o proprietário compra uma cota individual que dá direito ao uso de uma casa por período indefinido e há um compromisso de participação da comunidade.

“Não há muro nas residências, mas a distância é suficiente para garantir a privacidade”, detalha a psicanalista Ana Cristina Figueiredo, 73, coordenadora da Vila Puri.

Moradora do Cosme Velho, ela conta que, das dezoito casas, dez já estão reservadas, a grande maioria por mulheres. “Não temos corte de idade, mas não apareceu ninguém abaixo dos 50 anos. E evidentemente, não é um asilo, não teremos plantão de enfermagem”, esclarece, acrescentando que dinâmicas coletivas, como cozinhar, fazer refeição juntos, praticar exercícios e assistir a filmes serão incentivadas numa casa comum.

Continua após a publicidade

+ Para receber VEJA RIO em casa, clique aqui

vila-puri
Independência e felicidade: a Vila Puri, em Petrópolis, parte da premissa de apoio mútuo, sem depender dos filhos (./Divulgação)

Compartilhar a rotina e realizar atividades de lazer em comunidade são fundamentais para a longevidade com qualidade de vida. Na terceira idade, o cohousing pode significar uma estratégia de saúde mental. “Trata-se de uma filosofia que nutre a segurança emocional e surge como resposta ao isolamento, conferindo senso de pertencimento e propósito, além de combater a solidão, um dos maiores fatores de risco para a depressão em idosos”, avalia Mariana Simões, psicóloga do Grupo Valsa.

Depois de ficar viúva, em 2019, e passar uma temporada morando sozinha em Itaipava, a psicóloga Vera Vital Brasil, 79, foi procurada por duas amigas que vão morar na Vila Puri. “Sou de uma geração que lutou por uma vida coletiva, solidária, cooperativa e fraterna. Gosto da ideia de ter uma casa privativa, mas de estar entre pessoas conhecidas, vivendo uma experiência coletiva”, explica.

Continua após a publicidade
vila-puri
Vila Puri: atividades coletivas serão incentivas, mas cada um terá a sua casa (./Divulgação)

Nesse modelo, grupos de moradores se revezam, em certos períodos, na organização das atividades coletivas, como as festas de aniversário, e até na resolução de problemas.

Em Saquarema, no distrito de Sampaio Corrêa, a 81 quilômetros do Rio, o projeto de moradia coletiva Vilarejo Sênior Vale do Éden depende de investidores para sair do papel.

A proprietária do espaço, Enoe Babiuk, 56, teve a ideia de criar a comunidade após estudar permacultura, expressão originada do inglês permanent agriculture, que trata das ocupações humanas de forma harmoniosa com o ambiente.

Continua após a publicidade

“Com esse aprendizado, conheci as ecovilas e desejei ter por perto pessoas que tivessem essa afinidade pela vida rural em comum”, lembra.

“A ideia inicial foi evitar o isolamento, mas o fato de ser rural, em meio à natureza, conta muito. Temos um vizinho que cultiva orgânicos, o que vai garantir comida de qualidade”, exemplifica Ana Cristina, da Vila Puri. “Também teremos uma hortinha. O cohousing retarda envelhecimento porque as pessoas se sentem úteis”, complementa. Estar entre amigos faz bem em qualquer idade.

cohousing
Traduza, por favor: o que significam os termos (./Veja Rio)
Compartilhe essa matéria via:
Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Domine o fato. Confie na fonte.
15 marcas que você confia. Uma assinatura que vale por todas
Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.

Assinando Veja você recebe semanalmente Veja Rio* e tem acesso ilimitado ao site e às edições digitais nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.
*Assinantes da cidade do RJ

A partir de 32,90/mês