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O que é o ‘condomínio do tráfico’ da Maré, alvo de operação policial

Usando prática da milícia, traficantes da Favela da Maré negociavam mais de 40 imóveis para lavar dinheiro; alguns tinham piscina, acabamentos de luxo e adega

Por Da Redação
13 ago 2024, 12h53
Condomínio do tráfico tem casa de luxo no Parque União
Luxo: em alguns imóveis, detalhes como acabamento em mármore e porcelanato, com direito a grande área de lazer, com churrasqueira e uma piscina de 40 mil litros de água (Seop/Divulgação)
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Um condomínio com mais de 40 construções irregulares começou a ser demolido nesta terça (13), na comunidade Parque União, no Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio. Segundo investigadores, traficantes usavam o local para lavar dinheiro do tráfico de drogas a partir da construção e abertura de empreendimentos. A venda das casas uma forma de fazer circular esse capital. A operação foi realizada pelas polícias Civil e Militar, Secretaria municipal de Ordem Pública (Seop) e Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco). A força-tarefa saiu para também cumprir 23 mandados de intimação — quando a pessoa é conduzida para a delegacia a fim de prestar esclarecimentos.

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Entre os imóveis do “condomínio do tráfico”, duas coberturas chamaram a atenção. De acordo com engenheiros da prefeitura, as duas, juntas, foram avaliadas em R$ 5 milhões. Uma delas tinha dois andares, acabamento em mármore e porcelanato, com direito a grande área de lazer, com churrasqueira e uma piscina de 40 mil litros de água. O imóvel contava com vista privilegiada para a comunidade, para um campo de futebol e uma área onde eram realizadas festas. Já a segunda era um quadriplex com acabamento de luxo, jacuzzi e closet, escadas com lâmpadas de LED automáticas, além de uma piscina com cascata e churrasqueira. No térreo da unidade, os agentes encontraram um quarto com dezenas de caixas de vinho e champanhe.

Algumas construções chega a ter seis pavimentos, mas 90% delas ainda estão em fase de alvenaria e totalmente desocupadas. Todas foram erguidos sem nenhuma autorização da prefeitura e não têm responsável técnico pelas obras. O prejuízo total dos responsáveis pelas construções foi orçado em R$ 30 milhões. No início de julho, agentes da Seop estiveram no local e notificaram todas as estruturas.

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Segundo reportagem do RJTV2, da TV Globo, o Comando Vermelho (CV) passou a se valer de uma prática da milícia, que é usar a especulação imobiliária para lavar dinheiro das atividades criminosas. A comunidade tem como chefe o traficante Jorge Luís Moura Barbosa, o Alvarenga. Ele, que tem 86 anotações criminosas e figura como autor em 175 inquéritos policiais, participa ativamente das decisões que determinam o rumo do CV, como invasões de territórios rivais para expansão dos domínios e exploração ilegal econômica.

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