Quem matou o congolês Moïse Mugenyi Kabagambe?

Ele tinha 24 anos e trabalhava por diárias em quiosque na Barra; agredido por cobrar dois dias de pagamento atrasado, seu corpo foi amarrado a uma escada

Por Da Redação
Atualizado em 1 fev 2022, 13h55 - Publicado em 1 fev 2022, 13h38
Moïse Mugenyi Kabagambe, congolês morto no Rio
Möise e a história do Brasil: a escravidão deixou um legado infame e pesado que até hoje permeia nossa sociedade e corrói nossos valores (TV Globo/Reprodução)
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A Polícia Civil investiga a morte do congolês Moïse Mugenyi Kabagambe, de 24 anos, que trabalhava por diárias em um quiosque perto do Posto 8, na Barra. De acordo com a família, o responsável pelo quiosque e pelos pagamentos estava devendo dois dias de pagamento para Moïse que, ao cobrar o dinheiro, teria sido espancado até a morte na segunda da semana passada (24). Seu corpo foi achado amarrado em uma escada.

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Imagens de câmeras de segurança do próprio quiosque e de um condomínio na Avenida Lúcio Costa, por onde dois agressores teriam fugido, estão sendo analisadas pelos investigadores da Delegacia de Homicídios. Segundo Yannick Kamanda, primo de Moïse que teve acesso às imagens, houve uma discussão do gerente do quiosque com Moïse. Ainda de acordo com ele, o gerente teria pedido ajuda a outras pessoas, e as agressões começaram: o congolês foi jogado no chão, levou socos, foi espancado com um pedaço de madeira e teve as mãos e pernas amarradas. Uma corda teria sido ainda usada em seu pescoço. O congolês teria apanhado nas costelas inclusive com um taco de beisebol, até desmaiar. Yannick contou também que as imagens mostram que os agressores foram embora, e o gerente continuou trabalhando normalmente. As agressões teriam durado pelo menos 15 minutos.

Testemunhas disseram que Moïse apanhou de cinco homens e confirmaram que os agressores usaram pedaços de madeira e um taco de beisebol. Pelo menos oito pessoas já foram ouvidas pelos policiais que investigam o caso. Ninguém foi preso até agora.

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Moïse veio para o Brasil em 2014 com a mãe e os irmãos, como refugiado político, para fugir da guerra e da fome. Os parentes souberam da morte apenas na terça-feira (23), após 12 horas do crime.

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