Conheça as profissões do futuro

Agroecologia. Gerontologia. Biotecnologia. Enquanto algumas carreiras mais tradicionais estão prestes a desaparecer, novas áreas de atuação se fortalecem, com a promessa de despontar num futuro bem próximo. A criação de jogos eletrônicos é um dos ramos que já estão em alta. O Brasil é hoje o segundo maior mercado de games da América Latina e o 18º do mundo. Até 2020, o país deve superar o México, assumir a liderança na região e subir uma posição no ranking global, com estimativa de movimentar 800 milhões de dólares por ano. “O potencial é enorme, inclusive para o desenvolvimento de jogos para empresas, campanhas de marketing e educação, sem falar nas plataformas móveis”, explica Conrad Peres, coordenador do curso de jogos digitais da Univeritas. A produção de games, no entanto, é apenas uma das muitas carreiras vertentes da área de tecnologia que vêm surgindo. O mercado ainda cresce em setores voltados para a análise de dados e a inteligência artificial. “Essas ferramentas serão usadas nas mais variadas atividades e em diferentes campos da economia, do varejo à saúde”, explica Celso Bazzola, diretor da consultoria de recursos humanos Bazz.

As transformações sociais também provocam novas demandas no mercado. O envelhecimento da população brasileira deve acentuar-se nas próximas décadas, o que fará aumentar a necessidade de tratamentos especializados para os idosos. “A gerontologia será uma área promissora, não apenas na medicina mas também na enfermagem, na nutrição e em outras atividades”, avalia Bazzola. Uma tendência igualmente forte é a expansão de trabalhos relacionados à sustentabilidade. O headhunter André Sih, consultor de gestão de carreiras da Unisuam, acredita que o tema será fundamental no futuro — e os profissionais devem procurar formação complementar para assimilar seus princípios e aplicá-los nas respectivas funções. Para Sih, o modelo de desenvolvimento com base no consumo desenfreado está com os dias contados. “Vai haver muita demanda para especialistas em biotecnologia e outros ramos que ajudem a aumentar a produtividade da indústria e da agricultura, reduzindo o uso de recursos naturais”, avalia. Bazzo­la acrescenta: “Pelo potencial do agronegócio no Brasil, existirá interesse cada vez maior por carreiras ligadas à ecoagricultura. Infelizmente, a oferta de cursos nessa área hoje se limita a instituições federais de ensino”.

Os recorrentes escândalos de corrupção no Brasil e no mundo estimulam a busca por mão de obra especializada em governança. “Todas as funções relativas a controle de custos, prevenção de fraudes, gestão e segurança de informação serão bastante procuradas”, diz Bazzola. Segundo o consultor, trata-se de uma necessidade das empresas, cada vez mais cobradas pelos investidores, pelas autoridades e pela sociedade. A demanda por profissionais de seguro também aumenta, principalmente na área técnica. “É um setor que cresce mesmo na crise, porque as pessoas e as empresas precisam de proteção para seu patrimônio”, diz José Varanda, coordenador da graduação em administração da Escola Nacional de Seguros. Sih observa, no entanto, que, antes de mais nada, é essencial cultivar qualidades que ajudem a enfrentar o mercado de trabalho em qualquer cenário. “Aspectos como liderança e capacidade de atuar em equipe serão sempre valorizados”, recomenda.

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