Coronavírus: ‘Nada de beijar, abraçar e apertar as mãos’, alerta médico

Segundo o clínico-geral Luís Fernando Correia, a situação precisa ser levada a sério: "O problema vai evoluir teremos muitos pacientes em CTI"

Por Carolina Barbosa Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 16 mar 2020, 15h16 - Publicado em 13 mar 2020, 12h51
Coronavírus: é preciso evitar até o popular aperto de mãos (Toa Heftiba/Unsplash/Divulgação)
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Com 16 casos confirmados no estado do Rio até esta sexta (13), o Coronavírus tem causado pânico à população, sobretudo por se tratar de uma doença ainda pouco conhecida – e recente – e pela falta de tratamento específico, além da possibilidade de imunização por meio da vacina, ambos ainda inexistentes. Para esclarecer algumas dúvidas, consultamos dois especialistas em saúde: Luis Fernando Correia, clínico-geral, intensivista e com MBA em Gestão de Saúde e Claudia Pieper, membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.

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Segundo Luis Fernando, o carioca, conhecido por seu comportamento afetuoso, deve evitar contato próximo com conhecidos na rua. “Neste momento, precisamos ser mais frios. Nada de abraçar, beijar e idealmente nem cumprimentar com aperto de mãos. É fundamental manter um metro de distância das pessoas”, recomenda.

Dentro das possibilidades ao nosso alcance, quais as medidas preventivas contra o Coronavírus?

LF – Lavar as mãos o mais frequentemente possível. Se não puder fazer isso, use álcool gel. Se espirrar ou tossir, cubra o nariz e a boca com lenço descartável e descarte-o em seguida. Se não tiver o lenço, use a manga da camisa. Sempre que encostar em uma superfície em que muitas pessoas possam ter encostado, use lenço descartável para se proteger ou lave as mãos logo depois. Evite o contato com qualquer pessoa com sintomas respiratórios.

Acredita que estejam exagerando acerca de todo o alarde com a doença?

LF – Não, de maneira alguma. Segundo um famoso epidemiologista de Harvard, 70% da população mundial pode ser contaminada em um período de um ano, 80% deles não terão sintomas ou sintomas leves, porém 20% podem precisar de hospitalização e infelizmente 2% podem morrer. Não é uma situação para ser encarada de maneira leve. O problema vai evoluir, teremos muitas hospitalizações, muitos pacientes em CTI, e nosso Sistema de Saúde terá que acomodar esse aumento de demanda.

Cariocas costumam ser afetuosos demais, abraçar, beijar quem encontra na rua… de fato, isso oferece riscos?

LF – Claro, neste momento precisamos ser mais frios. Nada de abraçar, beijar e idealmente nem cumprimentar com aperto de mãos. É fundamental manter um metro de distância das pessoas.

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A máscara vem sendo muito aderida pela população e tem se tornado um artigo mais caro e difícil de achar. Ela protege o usuário também ou só quem o cerca?

LF –  A máscara só deve ser usada por quem está doente. Ela não protege contra a contaminação. Até porque ela se dá quando levamos a mão ao rosto.

Que casos entram no grupo de risco? Por exemplo, aqueles que compartilham cigarro ou outras drogas têm maior risco de contrair o vírus?

LF – Com certeza. Não se deve compartilhar nada, nunca, em hipótese alguma. Esses itens servem como transmissores de diversas doenças respiratórias, além do Coronavírus. Grávidas e bebês, aliás, não fazem parte do grupo de risco. Ele engloba apenas os portadores de doenças crônicas e idosos.

CP- No caso dos pacientes com diabetes, seja tipo 1 ou tipo 2, quando as glicemias se mantêm sempre altas, mal controladas, a imunidade pode ficar mais baixa. Com isso, a pessoa se torna um alvo mais fácil para adquirir qualquer tipo de virose. É importante lembrar que até mesmo resfriados comuns podem alterar a glicemia. Recomenda-se, nestes casos, verificar a glicose através do teste de glicemia capilar ou pelo sistema flash (sensor) um maior número de vezes por dia e aplicar a insulina de ação ultrarrápida conforme as orientações médicas.

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