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“Deixamos um legado de olhar humanizado”

Secretária de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos detalha os avanços e próximos passos da gestão, reforçando a importância de políticas integradas

Por Redação
3 out 2025, 08h00
Rosangela Gomes
 (Rosangela Gomes, secretária de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos do Rio de Janeiro. Ernesto Carrriço/Reprodução)
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Nascida em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, Rosangela Gomes está à frente da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos (SEDSDH), dando sequência a temas centrais de sua trajetória política, como o combate às discriminações e a defesa dos direitos da mulher. Eleita deputada federal por três mandatos consecutivos, tornou-se, em 2021, a primeira mulher negra nomeada para integrar a mesa diretora da Câmara dos Deputados em Brasília — marco em uma carreira iniciada como vereadora em sua cidade natal. Formada em direito e pós-graduada em direito constitucional e em gestão pública, a secretária aplica hoje a experiência política e técnica acumulada para estimular ações concretas em todo o estado. Em entrevista a VEJA RIO, Rosangela apresenta os programas prioritários da pasta e fala sobre os rumos que pretende consolidar na área social.

De que forma suas experiências anteriores a prepararam para liderar uma pasta tão abrangente? Na Câmara dos Deputados, estive à frente de pautas diretamente relacionadas às que hoje desenvolvo na secretaria. Essa experiência me dá suporte para definir caminhos, conduzir questões ligadas a orçamento e captar investimentos — condição essencial para qualquer gestão. Diante do ajuste fiscal que o Rio enfrenta, fui buscar na capital federal os recursos de que precisávamos. Como resultado, por exemplo, conseguimos equipar as 92 Secretarias Municipais de Assistência Social com veículos novos, fundamentais para o trabalho na ponta.

Como a senhora define a missão central da secretaria? Ela vai além de combater a fome: é consolidar uma política de desenvolvimento social e direitos humanos que assegure proteção e oportunidades para todos. Durante a gestão, investimos mais de 235 milhões de reais em segurança alimentar, expandindo os Restaurantes do Povo e Cafés do Trabalhador, que já somam mais de 43 milhões de refeições. Mas também destinamos recursos a programas estruturantes, como as Salas de Escuta Especializada, que acolhem crianças e adolescentes vítimas de violência. Cada real investido representa comida na mesa, dignidade e garantia de direitos fundamentais.

Quais têm sido as principais articulações intersetoriais para dar mais força às políticas de direitos humanos? Temos priorizado a escuta ativa dos municípios e construído um diálogo que antes não existia, com o apoio da Subsecretaria de Gestão do SUAS, liderada por Felippe Souza. A Subsecretaria de Promoção, Defesa e Garantia dos Direitos Humanos, comandada por Aline Forasteiro, também vem ampliando parcerias. Um exemplo é o Projeto Agricultura Social, desenvolvido em conjunto com a Secretaria de Agricultura, que integra educação, direitos humanos, segurança alimentar e geração de renda.

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Quais são os programas prioritários em curso? Na área de políticas de assistência, as Residências Inclusivas são um marco de superação de um passivo histórico: garantimos hoje vida digna e protagonismo a pessoas com deficiência que viviam em abrigos institucionais. Além disso, a criação da Subsecretaria da Criança e do Adolescente, liderada por Arthur Souza, reforça nossa prioridade com a infância e a juventude, materializada em ações como a capacitação para implantação das Salas de Escuta.

Como a secretaria vem atuando para atender a população em situação de rua? O Hotel Acolhedor foi um passo emergencial e pioneiro, mas ampliamos o cuidado com a implantação de Casas de Passagem, de acolhimento emergencial e temporário, e, agora, com o Hotel do Povo, que oferece pernoite a essas pessoas. Essas ações se somam a parcerias com os municípios para criar fluxos integrados de atendimento, garantindo dignidade, direitos e oportunidades reais de reinserção social.

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No campo dos direitos humanos, quais avanços recentes a senhora considera mais significativos? A Subsecretaria de Promoção, Defesa e Garantia dos Direitos Humanos obteve avanços importantes. Destaco a política para proteção dos direitos de migrantes, o trabalho de prevenção ao tráfico de pessoas e a parceria entre a Polícia Militar e a Superintendência de Pessoas Desaparecidas, que tem usado o reconhecimento facial para auxiliar na localização de desaparecidos. Avançamos também no letramento racial, com a capacitação de técnicos e o mapeamento de comunidades quilombolas. Ampliamos, ainda, os investimentos no programa Rio Sem LGBTIfobia, hoje reconhecido como o principal da América Latina nessa temática.

Quais são os próximos passos da secretaria? Estamos em fase de licitação para a abertura de mais 50 unidades do Café do Trabalhador e preparando a reforma geral do Abrigo Cristo Redentor — referência no atendimento à pessoa idosa em situação de vulnerabilidade social. Essa obra é especialmente significativa para mim, pois o abrigo havia tempos necessitava de um grande investimento. Além disso, entregaremos pelo menos mais quatro Restaurantes do Povo até o início do próximo ano e mais duas Casas de Passagem.

Que legado a senhora gostaria de deixar à frente da pasta? O maior que deixamos é a construção de uma política pública que une, de forma indissociável, investimento social e compromisso com os direitos humanos. Apesar da terminologia técnica que ainda nos leva a usar a palavra “usuário”, buscamos consolidar um olhar humanizado, no qual cada pessoa é reconhecida e respeitada em sua singularidade — não como número ou estatística, mas como sujeito de direitos.

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