Os desdobramentos do caso Henry dois anos após o crime

A mãe do menino, Monique Medeiros, e seu ex-namorado, Doutor Jairinho, aguardam júri popular; ela responde em liberdade e ele permanece preso

Por Da Redação
8 mar 2023, 16h02
Foto do menino Henry.
Henry Borel: assassinato e tortura inspiraram lei que combate violência contra menores de 14 anos. (Arquivo Pessoal/Reprodução)
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Dois anos após a morte do filho único, Henry, de apenas 4 anos, o engenheiro Leniel Borel de Almeida ainda dorme diariamente sob efeito de remédios controlados e acorda chorando. A mãe do menino, Monique Medeiros, e seu então namorado, o médico e ex-vereador Jairo Souza Santos Júnior, conhecido como Doutor Jairinho, foram presos suspeitos de tortura e homicídio triplamente qualificado contra a criança, mas ainda aguardam o momento de ir a Juri Popular. Uma missa em memória do menino foi rezada no Santuário do Cristo Redentor para marcar a data.

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Na madrugada de 8 de março de 2021, Leniel saía do Recreio dos Bandeirantes para trabalhar em Macaé, no Norte Fluminense, quando recebeu uma ligação da ex-mulher mudou de rumo e seguiu para o Hospital Barra D’Or. Na ocasião, ela contou que o filho deles estava “sem respirar”. Horas após iniciados os procedimentos de reanimação na unidade de saúde, foi constatada a morte do menino.

“É uma dor eterna, um vazio enorme e uma luta incansável por justiça, o mínimo que posso fazer por ele. Desde então, me sinto dilacerado, minha melhor parte não está mais aqui e continua me fazendo muita falta”, disse Leniel em entrevista ao GLOBO. Incansável, de lá para cá ele  conseguiu aprovar no Congresso a chamada a Lei Henry Borel, que torna crime hediondo o homicídio contra menor de 14 anos e estabelece medidas protetivas específicas para crianças e adolescentes vítimas de violência doméstica e familiar. A lei foi sancionada em maio do ano passado.

Nesses dois anos, após a investigação da Polícia Civil, Monique e Jairinho foram denunciados pelo Ministério Público pelos crimes e se tornaram réus no processo. Atualmente, o ex-casal aguarda pelo júri popular: enquanto ela responde em liberdade concedida pelo ministro João Otávio de Noronha, do Superior Tribunal de Justiça, ele permanece preso preventivamente na Cadeia Pública Pedrolino Werling de Oliveira, conhecida como Bangu 8.

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“Relativamente à autoria do crime contra a vida, e no que concerne ao acusado Jairo, a defesa do acusado segue na mesma toada de discutir a materialidade e as lesões encontradas no corpo e seu entrelaçamento com outras possíveis causas para o evento morte. No entanto, duas evidências resultam incontrastáveis: que a vítima foi levada ao hospital para socorro médico em PCR, de madrugada, e a certeza de que somente o casal, naquele momento, encontrava-se em companhia da criança no apartamento”, escreveu a  juíza Elizabeth Machado Louro, do II Tribunal do Júri, em novembro do ano passado, ao determinar a pronúncia de Jairinho e Monique. Na decisão de 29 páginas, a juíza sustenta que, embora o assistente técnico Sami El Jundi, contratado pelo ex parlamentar, não tenha contestado a laceração hepática como causa da morte do menino, o profissional aventou as mais variadas hipóteses, sem concluir em favor de nenhuma delas.

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