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“Devolver pertencimento ao miguelense é meu maior legado”

André Português, presidente da Miguel Pereira Tour, explica como o município se tornou um dos destinos que mais crescem no estado e apresenta novos projetos

Por Da Redação
28 nov 2025, 07h30 •
André Português, ex-prefeito e presidente da Miguel Pereira Tour
André Português, presidente da Miguel Pereira Tour (André Português/Divulgação)
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  • Durante seus dois mandatos à frente da Prefeitura de Miguel Pereira, entre 2017 e 2024, André Português implementou uma série de projetos turísticos que alteraram a paisagem econômica da cidade. A criação de novas atrações, como Parque Terra dos Dinos, a Maria Fumaça, a Rua Coberta e a Rua Torta, aliada a parcerias com a iniciativa privada, ampliou o fluxo de visitantes e impulsionou a ocupação hoteleira. Hoje presidente da autarquia Miguel Pereira Tour, ele segue acompanhando a expansão do setor e passou a apresentar o case da cidade em eventos no Brasil e no exterior. Em entrevista a VEJA RIO, ele fala sobre os bastidores dessa transformação e os próximos passos para o turismo local.

    Sobre o período como prefeito de Miguel Pereira, o que motivou sua vontade de transformar a cidade em um forte destino turístico? Eu sou um gestor empreendedor, não um gestor político. Sempre acreditei na força das parcerias público-privadas e entendi que essa é a saída para o Rio de Janeiro e para o Brasil. Fui trabalhar a vocação da cidade, que era o turismo. E esse segmento é feito com pessoas: gera empregos, aquece a economia e aumenta a arrecadação para melhorar os serviços básicos. Miguel Pereira tinha belezas naturais, o terceiro melhor clima do mundo, mas era preciso criar um destino.

    Quais foram os principais desafios no início, quando o senhor assumiu a prefeitura? Peguei uma cidade apagada havia 20 anos, sem projeção no estado. Percebi que não adiantava apenas tentar “vender” a cidade; era preciso criar um destino, criar âncoras. Os desafios foram muitos, especialmente porque 99% do que fizemos foi por parceria público-privada, e é preciso convencer o empresário a investir e acreditar no retorno. Cada parque e projeto foram detalhadamente pensados, com planos de negócio sólidos, para não virar mais um equipamento que fecha depois de pouco tempo.

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    E como foram escolhidos quais parques e atrações fariam sentido na cidade? Trabalhamos com um princípio simples: quando você cria algo para a criança, é o filho que leva o pai, e não o contrário. Pensamos em atrações que chamassem a atenção da criançada e, ao mesmo tempo, contemplassem todas as faixas etárias. Nosso objetivo era construir uma “nova Gramado carioca”, preparada para receber famílias, jovens, adolescentes e idosos. E estamos conseguindo.

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    Como a cidade já sente essa transformação? Em 2017, Miguel Pereira recebia 12 000 visitantes por ano; em 2024, foram 1 108 000. E se Gramado, com 34 000 habitantes, recebe 9 milhões, Miguel Pereira, com 30 000, também pode. A cidade teve 18 feriados consecutivos como a mais procurada entre as 92 do estado, o que mostra que criamos demanda. Os investimentos acompanham esse crescimento: foram iniciadas as obras do hotel Colline de France, de 168 milhões de reais, e do hotel do Sesc RJ, de 68 milhões de reais. Novas pousadas e hotéis também têm surgido para atender o aumento de visitantes.

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    Como isso impactou a vida dos moradores? Mudou tudo. Houve uma forte valorização imobiliária. Claro que toda mudança traz desconfortos, mas a população entendeu nossa visão: quando a cidade cresce, quem ganha é o cidadão. Hoje geramos mais empregos, trouxemos universidades, cursos como medicina e direito, e agora as pessoas têm mais qualidade de vida onde vivem.

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    Como tem sido compartilhar a experiência da cidade em eventos pelo Brasil e pelo mundo? Não me considero palestrante profissional; apenas relato o que vivi nos últimos oito anos. Graças a Deus, fiz palestras em 19 estados e dez países só em dez meses de 2025, inclusive em uma das maiores universidades do mundo, em Dubai, falando sobre PPPs, turismo e gestão empreendedora. Mostrei que muitas cidades brasileiras não avançam por falta de projeto e planejamento. Mesmo sendo a terceira prefeitura de menor orçamento entre 92 municípios, conseguimos fazer muito porque havia vontade. Isso inspira outros gestores que vivem realidades parecidas com a que encontrei.

    Devolver dignidade, alegria e pertencimento ao miguelense é, sem dúvida, meu maior legado

    Quais são os novos projetos para a cidade a caminho? No fim do meu último mandato, criamos a autarquia Miguel Pereira Tour, como fazem cidades que tratam turismo com seriedade. Temos nove parques para inaugurar e 64 projetos em andamento. Já inauguramos o balonismo, que transformou Miguel Pereira na capital estadual dessa atividade. Vamos inaugurar o Parque das Aves, primeiro parque de aves de soltura do Brasil, com expectativa de 700 000 visitantes. Depois virá um parque da neve, que vai fazer nevar 365 dias por ano. 

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    Tem algum spoiler de novos projetos? Estamos construindo um dos maiores centros de convenções do estado para sediar eventos e movimentar a cidade para além do fim de semana. Também vamos inaugurar a primeira pista de kart no gelo e o maior parque temático de luz da América Latina, que devem atrair milhares de turistas. Nosso foco é ser pioneiro no estado em todos os projetos, com excelência, fortalecendo Miguel Pereira, a região e o próprio estado.

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    Quais são os próximos passos? A Miguel Pereira Tour continua exatamente com o mesmo objetivo desde que foi inaugurada: buscar dinheiro novo. Hoje, temos 986 milhões de reais investidos em PPPs. A autarquia também ganhou relevância regional, porque prefeitos de cidades próximas compartilham a mesma visão de desenvolver o turismo, o que fortalece todo o entorno.

    O que mais lhe dá orgulho nessa trajetória? Eu sou carioca, de Botafogo, mas frequento Miguel Pereira desde os 10 anos e acompanhei essa realidade de perto. Transformamos o município na cidade mais segura do estado, investimos muito na educação básica e trouxemos qualidade de vida. Devolver dignidade, alegria e pertencimento ao miguelense é, sem dúvida, meu maior legado.

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