Dez sugestões de trilhas de nível fácil e médio para desbravar no Rio
De trilhas mais tranquilas às desafiadoras, confira as mais indicadas pelo escalador André Ilha, autor do livro Por Um Triz
O livro Por Um Triz, do experiente escalador André Ilha, relata a evolução do montanhismo desde a década de 70, sobretudo no Rio. A obra, publicada pela Editora Valentina (R$ 29,90; 248 páginas), contém relatos verídicos, por vezes absurdos e engraçados, sobre a prática e representa um registro histórico de como políticas públicas e mudanças urbanas no país vêm afetando a modalidade. Há ainda um glossário com termos específicos do “montanhês”.
Em 2024, Ilha também lança um novo livro, “Rumo ao desconhecido – A história da conquista de grandes montanhas brasileiras”, que conta o processo de conquista de 66 cumes virgens nos estados do ES, MG, BA e CE desde o ano 2000*. Àqueles que desejam se aventurar pelo meio do mato, mas ainda não tem a menor noção de como começar, o autor indica dez (belas) sugestões de trilhas de nível fácil e médio no eixo Rio – Niterói.
Confira as dicas do montanhistas:
TRILHAS FÁCEIS
1) Morro da Urca (Monumento Natural dos Morros da Urca e do Pão de Açúcar – Praia Vermelha – Rio)
“Talvez a trilha mais fácil e popular de toda a cidade. Parte da Pista Cláudio Coutinho, na Praia Vermelha, por si só um dos locais ao ar livre mais visitados do Rio. Recentemente recebeu um forte trabalho de contenção de seu leito para evitar a erosão devido à sua grande popularidade”, justifica Ilha.
2) Pedra Bonita (Parque Nacional da Tijuca – Alto da Boa Vista – Rio)
“Fácil e rápida, com leito muito bem marcado, que leva ao amplo platô do cume da Pedra Bonita, de onde se tem uma vista de tirar o fôlego da Pedra da Gávea bem em frente”.
3) Pedra da Tartaruga (Parque Natural Municipal de Grumari – Barra de Guarariba – Rio)
“Em Barra de Guaratiba, o local tornou-se especialmente conhecido após virar o principal “point” dos rapeleiros cariocas. No entanto, a mera caminhada até ela é um passeio excepcionalmente agradável, com direito a um banho de mar na linda Praia do Perigoso, logo abaixo”.
4) Irmão Maior do Leblon (Parque Natural Municipal do Penhasco Dois Irmãos – Leblon – Rio)
“A caminhada até o topo do Irmão Maior do Leblon tornou-se um programa acessível e muito concorrido entre os caminhantes da cidade. A vista do Leblon e Ipanema bem abaixo, e do restante da Zona Sul da cidade ao redor, é magnífica. Se você partir andando da praça do Vidigal, é uma caminhada um pouco mais cansativa, mas uma alternativa é pegar um moto-táxi ali, que o deixará bem no início da trilha”, dá a dica.
5) Costão de Itacoatiara (Parque Estadual da Serra da Tiririca – Praia de Itacoatiara – Niterói)
“Uma das praias mais lindas de todo o estado, Itacoatiara pode ser apreciada do alto se você encarar os 20 ou 30 minutos da trilha que leva ao topo da Pedra de Itacoatiara. É uma trilha muito fácil, com uma única e curta passagem um pouco mais íngreme no início do costão, mas que não requer mais do que disposição e determinação para ser superada, e como vale a pena o esforço!”, garante.
TRILHAS MÉDIAS
6) Pedra do Ponto (Parque Estadual da Pedra Branca – Realengo – Rio)
“Desde as obras de implantação da subsede Piraquara do Parque Estadual da Pedra Branca, em Realengo, diversas opções de passeios maravilhosos nesta que é a verdadeira maior floresta urbana do mundo (três vezes maior do que a da Tijuca!) foram sendo descobertas pelos cariocas, e uma das mais interessantes é a que leva à Pedra do Ponto, de onde se tem bela vista da região. Trilha sem qualquer dificuldade técnica, mas razoavelmente longa”.
7) Travessia Pau da Fome x Rio da Prata (Parque Estadual da Pedra Branca – Jacarepaguá – Rio)
“Mais longa ainda, dentro do mesmo parque, é a travessia que tem início na sua sede, no final da Estarda do Pau da Fome, em Jacarepaguá, e termina na localidade de Rio da Prata em Campo Grande. Além do passeio durante horas na Mata Atlântica, esta travessia tem o bônus de passar pelo cume da própria Pedra Branca, ponto culminante do parque e de todo o município do Rio, com 1.024m de altitude”.
8) Pedra do Elefante (Parque Estadual da Serra da Tiririca – Praia de Itacoatiara – Niterói)
“Uma caminhada das mais clássicas do Parque Estadual da Serra da Tiririca, a bela serra entre Niterói e Maricá foi visitada pelo naturalista Charles Darwin em meados do século XIX. A trilha é extremamente agradável e apresenta uma curta passagem de pedra que, para a maioria das pessoas, dispensa o uso de uma corda, mas em caso de dúvida é conveniente ter uma à disposição. A vista do topo, com a Praia de Itaipuaçu bem abaixo, estendendo-se em direção a Maricá e, depois, sem fim, até a Região dos Lagos, é recompensa mais do que justa para o esforço”.
9) Serrilha do Papagaio (Parque Nacional da Tijuca – Alto da Boa Vista – Rio)
“Esta trilha, um dos segmentos que integram a grande Trilha Transcarioca, começa no início da trilha que leva ao Pico da Tijuca, mas a abandona para descer um pouco em direção a Jacarepaguá e depois retoma a subida em direção à Pedra João Antônio e, em seguida, o Bico do Papagaio, um dos pontos mais marcantes do Parque Nacional da Tijuca. Os mais bem dispostos podem ainda dar uma esticadinha até o Morro da Cocanha, bem em frente ao Papagaio”.
10) Pedra da Gávea (Parque Nacional da Tijuca – Barrinha – Rio)
“A trilha mais puxada do lote é a que conduz ao topo da espetacular Pedra da Gávea, uma das montanhas mais bonitas de todo o Rio e do Brasil! Ela tem início na Barrinha, onde há uma guarita do Parque Nacional da Tijuca, e em ritmo constante leva umas três horas de duração. Na sua segunda metade há a famosa “Carrasqueira”, uma passagem de pedra de cerca de 30 metros de altura que é objetivamente muito fácil, porém impressionante para leigos, que deverão estar acompanhados por um guia experiente, com uma corda para segurança. Mas quem está acostumado a caminhadas não encontrará dificuldade ali – exceto pela longa fila que se forma para subi-la e descê-la nos fins de semana ensolarados”, conclui.
*(Esta matéria publicada foi em 2016 e atualizada em 7 de março de 2024)