Enem 2024: professores compartilham dicas acadêmicas, físicas e mentais
Às vésperas do Exame Nacional do Ensino Médio, é preciso traçar um plano para a maratona de provas, porque todo segundo conta
Para quem está prestes a enfrentar um dos momentos mais decisivos da trajetória acadêmica, o ritmo é de contagem regressiva. Nos dias 3 e 10 de novembro, 5 milhões de estudantes — mais de 350 000 no estado do Rio de Janeiro — farão o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o principal passaporte de ingresso para universidades públicas e privadas em todo o país.
No primeiro domingo, os candidatos já encaram a tão temida redação, além de noventa questões relacionadas às ciências humanas, entre 13h30 e 19 horas. E aí começam os cálculos, e não os da prova de matemática, mas de estratégia mesmo: a turma que gastar uma hora no preparo do texto dissertativo-argumentativo terá, em média, três minutos para solucionar cada tópico de múltipla escolha.
Parece bem cansativo, e é. “Diante dessa disputadíssima maratona intelectual, organização, controle de tempo e tranquilidade são fundamentais. Ter essas noções é tão importante quanto dominar o conteúdo”, enfatiza Gabrielle Brasil, supervisora pedagógica da Elite Rede de Ensino, que conta com 23 unidades no Rio e, em 2023, contabilizou 589 alunos daqui que passaram, com sucesso, pela estreita peneira do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Ao lado, três especialistas da área da educação dão valiosas dicas para o teste de resistência que bate à porta.
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Adriana Ferreira, orientadora educacional do Grupo Mopi
“O Enem exige, além de muito estudo, forte preparo físico e mental. Ensino os jovens a respirar em quatro tempos, usando técnicas de ioga. A respiração correta ajuda a controlar a ansiedade na hora da prova, espantando pensamentos intrusivos. A menos de um mês do Enem, nem adianta mais focar em conteúdo, mas, sim, nos exercícios, o que chamamos de aprendizagem ativa. Minha recomendação é que o aluno revise os simulados que já fez e foque em resolver questões sobre os temas que ele mais costuma errar. Gosto de comparar os estudantes da 3ª série do ensino médio a atletas de alto rendimento. Quando a data da competição se aproxima, é hora de reduzir o ritmo de treino e arejar a cabeça, seja encontrando amigos, passando um tempo de qualidade em família ou assistindo à TV.”
Fabiano Lins, coordenador do ensino médio do Colégio São Vicente de Paulo
“Um ponto essencial é o sistema de correção do Enem, cujo algoritmo é capaz de perceber, por exemplo, se o aluno colou ou chutou. Quem acerta questões consideradas difíceis, mas erra as classificadas como fáceis é penalizado na nota. Essa ferramenta exige então que os candidatos tenham um ótimo desempenho na sua área de interesse. Quem quer cursar medicina ou engenharia precisa centrar o estudo em ciências da natureza e apenas dar conta das questões fáceis de história, língua portuguesa e geografia, acertando as mais simples. Sim, é complexo, daí ser indicado um bom treino para traçar uma estratégia.”
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Igor Aleixo, gestor de ciências humanas e professor de geografia do Colégio pH
“A leitura dos enunciados é uma das principais dificuldades que verificamos em sala de aula. Não raro, os alunos se distraem antes de chegar à metade do texto. A minha dica é que, após passar os olhos pelo enunciado e o texto-base, os estudantes tentem resumir mentalmente aquelas linhas de forma simples. Eles podem perceber assim se realmente entenderam o que está escrito. Muitas vezes, a resposta da questão, direta ou indiretamente, se encontra naquelas linhas. Outro ponto vital é a gestão do tempo, algo cruel. Não dá para se demorar em uma questão. Se for para errar, erre logo e siga em frente, sem perder minutos preciosos.